terça-feira, 31 de janeiro de 2012

A Banalidade do Mal

Eichmann durante seu julgamento em Israel em 1961.
Hannah Arendt foi cobrir o julgamento de Adolf Eichmann em Israel com ansiedade: não saberia como reagir diante de um monstro como aquele que mandou milhares de judeus para os campos de concentração com simples canetadas. Eichmann, quando a guerra apertou para o lado dos alemãos, chegou a propor um acordo para os americanos: trocar 100 judeus por um caminhão novinho.
Lá estava o ex-oficial nazista, dentro de uma redoma de vidro ladeada por policiais, com um fone no qual o tradutor lhe explicava do que estava sendo acusado. No fundo, Eichmann já sabia.
Arendt se decepcionou. Eichmann não parecia um homem desumano, muito pelo contrário, lembrava e muito um homem comum. A decepção se tornou preocupação. A filósofa alemã concluiu que qualquer homem comum pode se tornar um monstro, como Eichmann. Afinal, quem sustentou o delírio de Hitler ou de Mussolini foram pessoas comuns. Ditaduras não sobrevivem sem alguma espécie de apoio do povo.
Por que o homem comum apoiou tantas barbaridades? Por que lhe parecia certo na hora, afinal a Alemanha precisava se levantar e o Fuehrer dizia que os judeus eram os obstáculos para isso. Por que estava apenas obedecendo ordens. Por uma série de motivos.
Mas no fundo, eles sabiam o que estavam fazendo. Por que não reagiram? Por que, de certa forma, gostavam disso.
Em cada pessoa há um instinto que clama por poder, por selvageria. É uma parte do inconsciente. Alguns juram de pés juntos que sabem delimitar a parte do cérebro responsável por essa ânsia de violência. O caso é que ninguém está imune dela. Alguns sabem controlá-la melhor que outros, só isso. Essa é a banalidade do mal, conceito criado por Arendt para exprimir essa tendência a cometer atos desumanos. Ao contrário do que ela pensava antes de testemunhar o julgamento de Eichmann, a maldade não é feita somente por pessoas excepcionalmente más, mas também, e, principalmente, por pessoas comuns.
Umberto Eco, anos mais tarde, diria que o Fascismo não era apenas um movimento político totalitário que surgiu na Itália na década de 20. É mais que isso. É uma parte de nosso ser. Cada um de nós tem esse sentimento de apelar para a violência, de passar por cima dos outros como se fosse um trator, de se achar superior, de se achar no direito de humilhar pessoas que considera mais fracas que nós. No dia-a-dia ele pode se manifestar das mais diferentes maneiras. Não há como eliminá-lo, vaporizá-lo. Mas há como domesticá-lo.
E você? Anda domesticando seu pequeno fascista interior?

(Publicado no Recanto das Letras em 16/10/11).

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Para se ler em dias de chuva (n'alma)

Diego Gatto
(fragmentos)

Metrô, Edward Hopper.
(...) A cidade é o vazio, nada mais que isso. O vazio taciturno e sorumbático, o vazio que ecoa luzes e sons. Uma grande cidade é como uma grande caixa de brinquedo atraente aos olhos, embrulhada em papéis coloridos e laços vislumbrantes. É uma caixa vazia. A cidade só faz sentido para quem vive à margem, para quem come pelas bordas, para quem anda pela superfície. Fora isso, a cidade não tem núcleo. A cidade é vazia de sentido, a cidade é vazia de saúde. Um grande buraco aberto no pingo de uma interrogação grafitada, uma cicatriz, uma acne no rosto do mundo. A cidade é uma inflamação cutânea do planeta

Pela cidade se vê rostos vindos pelas ruas e vidas indo pelo bueiro. Sob as ruas o peso do céu e do smog fotoquímico. Sob os pés, a leveza e ruídos de ratos e baratas confabulando suas revoluções.(...)


A palavra de hoje é privacidade


Na verdade o título também poderia ser "Privacidade em tempos cada vez mais públicos". Hoje, voluntaria ou involuntariamente a privacidade perder a todo instante um pouco do seu significado.
Voluntariamente porque existem pessoas que gostam de ter sua privacidade devassada: "olha, estou fazendo isso e isso". Por que fazem isso? Por "n" motivos, mas o maior deles com certeza é a vontade de se exibir. Conheço muitas pessoas que dizem ser um livro aberto. Realmente, em um livro aberto qualquer um pode rabiscar alguma coisa. O que me chateia nisso tudo é a hipocrisia: a vida delas não é realmente desse jeito, pois as atitudes que elas tomam são sempre feitas pensando no que quem as acompanha vai pensar, o que eles querem ouvir ou ver.
Involuntariamente porque em tempos de terrorismo e psicose pessoas e governos costumam tomar medidas que acabam sempre recaindo no lado mais fraco da corrente. Chamar de teoria da conspiração o envolvimento que o governo norte-americano possui com os donos da mídia internacional, inclusive as redes sociais, é ser ingênuo no mínimo. A paranóia ainda domina as mentes, mesmo após a Guerra Fria. E não só dos governantes, mas das pessoas comuns que assustadas com casos de bandidos sanguinários e psicopatas assassinos (que parecem surgir a cada semana no noticiário) tomam medidas para restringir sua privacidade, se isolar, e ás vezes até para espionar pessoas que consideram suspeitas. A privacidade de uma pessoa paranóica também não é exatamente algo saudável, porque suas ações passam a ser pautadas não por sua vontade, mas por seu medo.
Enfim, seja pelo medo ou pelo exibicionismo, pela sociedade do espetáculo ou pelas "comunidades de inteligência e segurança", hoje é difícil não só de definir o que é privado, mas também de garanti-lo.

(Publicado em Brikolagen em 15 de Janeiro de 2012).

Casa nova!

Enfim, gente, como eu tinha anunciado reformei o blog. Caminhos da História se tornou agora Bar Brikolagen. Agora abordaremos temas mais abrangentes e de modos mais lúdicos. Espero que gostem das mudanças. Ainda preciso fazer muitas ainda para ficar compatível com o que tinha projetado, mas por enquanto ele está quase do jeito que tinha idealizado. Aproveitem!

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Salvadores e Garotinhos

Em se tratando de corrupção e egocentrismo, minha maior referência sempre foi o ex-governador do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho. O maior absurdo que já vi foi quando inauguraram estátuas sua e de sua mulher na cidade de Campos, onde iniciou sua carreira política. Detalhe: estátuas pintadas de dourado.
Infelizmente a corrupção e a impunidade no Rio não são de hoje. Mém de Sá, terceiro governador-geral do Brasil e responsável por expulsar os franceses da área onde hoje se encontra o litoral do Rio de Janeiro, passou em 1568 o governo da região para seu sobrinho Salvador Correia de Sá. Há relatos de que Mém de Sá teria desviado muitos recursos para si, mas seu sobrinho extrapolou os limites da corrupção. Nomeando parentes para os cargos mais altos da administração, participando do tráfico negreiro (com um posto de tráfico em Angola e outro no Rio) e desviando terras e escravos de moradores da cidade para construir seus engenhos. Por causa disso houve num de seus muitos mandatos uma revolta dos proprietários locais contra sua figura que foi reprimida com mão de ferro pelas mílicias. Depois disso deixou o cargo, mas foi agraciado pela Coroa com uma superintendência em minas de ouro da região.
Salvador conseguiu empossar seus filhos em cargos importantes da administração colonial no Rio e até em Angola. Por muitos anos os Correia de Sá governaram o Rio de Janeiro, só engordando sua renda e suas posses. A área da atual Ilha do Governador era na verdade um dos tantos engenhos da família, daí decorrendo aliás seu nome. Salvador Correia de Sá comprova um fato triste: a corrupção e a impunidade no Rio de Janeiro tem profundas raízes históricas, está se tornando quase um dado cultural. É impossível mudarmos a situação? Não. Pode não ser muito fácil, mas também não é impossível.

Manifesto digital


O site Pirate Bay, um dos maiores disponibilizadores de downloads da internet, publicou uma nota semana passada manifestando sua indignação com os projetos de lei que pretendem controlar os conteúdos da internet que rolam no Congresso norte-americano. Achei muito interessante o argumento histórico que ele utiliza na nota para provar que a indústria cultural está lutando contra algo do qual ela se nutriu por muitos anos. Aí embaixo está o conteúdo da nota:

INTERNETS, 18 de janeiro de 2012

Há mais de um século, Thomas Edison conseguiu a patente para um aparelho que faria “para o olho o que o fonógrafo fez para o ouvido”. Ele o chamou de cinetoscópio [Kinetoscope]. Edison não foi apenas o primeiro a gravar vídeo, mas foi também a primeira pessoa a ser dono do copyright de um filme cinematográfico.

Por causa das patentes de Edison para filmes cinematográficos, quase foi financeiramente impossível criar filmes de cinema na costa oeste norte-americana. Os estúdios de cinema, assim, mudaram para a Califórnia e fundaram o que hoje chamamos de Hollywood. A principal razão é que ali não haviam patentes.

Não havia também nada de copyright, então os estúdios podiam copiar velhas histórias e fazer filmes a partir delas – como Fantasia, um dos maiores hits da história da Disney.

Portanto, toda a base dessa indústria, que está hoje aos gritos sobre perda de controle sobre direitos não-materiais, é que eles driblaram direitos não-materiais. Eles copiaram (ou, de acordo com sua terminologia,”roubaram”) as obras criativas de outras pessoas sem pagar por isso. Eles o fizeram para obter grandes lucros. Hoje, eles são todos bem-sucedidos e a maior parte dos estúdios está na lista da Fortune das 500 empresas mais ricas do mundo. Parabéns – está tudo baseado em ser capaz de reutilizar criações de outras pessoas. E hoje eles detém os direitos das criações de outras pessoas. Se você quer lançar alguma coisa, você tem que seguir as regras deles. As regras que eles criaram depois de driblar as regras de outras pessoas.

A razão pela qual eles estão sempre reclamando dos “piratas” hoje é simples. Nós fizemos o que eles fizeram. Nós driblamos as regras que eles criaram e criamos as nossas próprias. Nós esmagamos o seu monopólio ao dar às pessoas algo mais eficiente. Nós permitimos que as pessoas tenham comunicação direta entre si, driblando o intermediário lucrativo, que em alguns casos levar mais que 107% dos lucros (sim, você paga para trabalhar para eles).

Tudo se baseia no fato de que representamos competição.

Provamos que a forma atual como existem não é mais necessária. Somos simplesmente do que eles são.

E a parte engraçada é que as nossas regras são muito similares às ideias que fundaram os EUA. Lutamos pela liberdade de expressão. Enxergamos as pessoas como iguais. Acreditamos que o público, não a elite, deveria governar a nação. Acreditamos que leis deveriam ser criadas para servir o público, não corporações ricas.

O Pirate Bay é uma comunidade verdadeiramente interacional. Nossa equipe está espalhada por todo o globo – mas ficamos fora dos EUA. Temos raízes suecas e um amigo sueco nos disse isso:

A palavra SOPA significa “lixo” em sueco. A palavra PIPA significa “um cano” em sueco. É claro que isso não é coincidência. Eles querem tornar a internet um cano de mão única. Eles por cima empurrando lixo cano abaixo para o resto de nós, consumidores obedientes.

A opinião pública nesse assunto é clara. Pergunte a qualquer um na rua e você vai descobrir que ninguém quer ser alimentado com lixo. Por que o governo americano quer que o povo americano seja alimentado com lixo foge à nossa compreensão, mas esperamos que você o impeça, antes que afoguemos todos.

A Sopa não pode fazer nada para brecar o Pirate Bay. Na pior das hipóteses, mudaremos o domínio principal: do atual .org para uma das centenas de nomes que também já usamos. Em países onde estamos bloqueados (os nomes China e Arábia Saudita são os primeiros que vêm à cabeça), eles bloqueiam centenas de nomes de domínios nossos. E adianta? Não muito.

Para consertar o “problema da pirataria” deveria se ir à raiz do problema. A indústria do entretenimento diz que eles estão criando “cultura”, mas o que eles realmente fazem é vender coisas como bonecas caríssimas e fazer meninas de 11 anos se tornar anoréxicas. Seja de trabalhar nas fábricas que criam as bonecas por praticamente salário nenhum, seja por assistir filmes e programas de TV que as fazem pensar que são gordas.

No grande jogo de computador de Sid Meiers, Civilization, você pode construir maravilhas do mundo. Um dos mais poderosos é Hollywood. Com ele, você controla toda a cultura e mídia do mundo. Rupert Murdoch ficou feliz com MySpace e não via problemas com sua própria pirataria até seu fracasso. Agora ele reclama que o Google é a maior fonte de pirataria do mundo — porque ele está com ciúmes. Ele deseja manter seu controle mental sobre as pessoas e está claro que você consegue um visão mais honesta das coisas na Wikipedia e no Google do que na Fox News.

Alguns dos fatos (anos, datas) nesse texto estão provavelmente erradas. O motivo é que não podemos acessar essas informações quando a Wikipedia está fora do ar. Por causa da pressão de nossos rivais decadentes. Pedimos desculpas por isso.

THE PIRATE BAY, (K)2012
(Retirado do Blog do Estadão.)

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Um bode expiatório chamado Professor


O magistério é uma profissão ambígua. Melhor, é uma profissão que é vista pela sociedade de forma ambígua: enxergam no professor um sujeito importante, afinal ele ensina as coisas ás pessoas, mas não tão importante a ponto de merecer um salário digno. E diante do fato de que nosso sistema educacional está falido a conclusão é imediata: a culpa é do professor. Do professor e do governo, mais ainda do primeiro porque ao contrário dos políticos, que já se espera que desviem verbas, o professor desviou-se do seu dever sagrado: ensinar.
Em primeiro lugar, cristalizou-se a imagem de que o professor é algo como um sacerdote. O seu dever é tão nobre que ele deve ter vocação para tanto e também - essa é a melhor de todas! - suportar com resignação os sacrifícios que o trabalho requer. Os sacrifícios vão desde alunos rebeldes até o baixo salário.

De repente me lembrei do conselho de Paulo Maluf quando governador de São Paulo para aumentar o salário dos professores: "elas deviam se casar então!" O digníssimo governador na hora que disse isso estava na cabeça com a imagem do professor que todos nós temos: geralmente uma mulher solteira muito paciente e muito carinhosa com seus alunos. Paulo Freire já escreveu um ótimo texto sobre o caráter ideológico da nossa imagem da "tia", por hora basta dizermos que essa representação ajuda a mantermos uma imagem do professor como um dócil profissional, um personagem que deve ser adorado e não tem com que reclamar.
O professor, parafraseando Pink Floyd, é apenas mais um tijolo no muro, mais uma engrenagem do sistema. A educação através dos tempos serviu ao propósito de doutrinar, de fazer com que os indivíduos compreendam qual sua função na sociedade. Isso não impediu que fossem criadas teorias pedagógicas voltadas para o desenvolvimento humano e não da ordem social. 

Continuando, ser professor não é só vocação. Ela tem um papel importante, é claro, mas existem métodos que podem te ajudar muito mais que sua própria intuição. Aí está a importância da pedagogia. Ela te dá recursos para se ter uma boa didática (entendendo didática como métodos e meios adotados por um professor para ensinar). Cada vez mais acredito que métodos não são suficiente, é preciso ter também uma boa relação com seus alunos.
Enfim, o que eu quero dizer é que ser professor não é fácil. Ser paciente, ter vocação, ser carinhoso não é o bastante, ainda mais aqui no Brasil e hoje quando a escola é mal aparelhada e os alunos estão distraídos por um mundo de novidades. Você entra na faculdade achando que é tudo muito fácil: se eu sei o conteúdo e sei os métodos, ensinar vai ser molezinha! Então, na reta final do curso, você finalmente encara a sala de aula no estágio e fica espantado: como eu vou controlar esse pessoal? Aí ou o cara desiste do curso ou se forma e decide que não vai mais se importar com os "monstrinhos". E temos assim mais um professor que não está nem aí para a educação e só piora a situação não ensinando efetivamente e deixando as aulas maçantes.

Ora que o sistema está falido isso é visível, mas não se resolve o problema fingindo que não o vê. O professor finge que ensina e o aluno finge que aprendeu, no dizer do Prof. Adelson Barros que me fez ver claramente esse paradoxo. O que é preciso então? Comprometimento. Alguém realmente comprometido com a educação reconhece o tamanho do problema, mas continua lutando tentando mudar a situação. Tentando realmente ensinar, tentando conseguir melhores condições de trabalho e de vida. Realmente não é fácil. O professor para se sustentar tem que se desdobrar em mil: assume como horista emprego em várias instituições, particulares e privadas. Com todo o seu tempo ocupado como sobrará tempo para investir em sua formação frequentando os programas de especialização das universidades e do governo?
Realmente precisamos ter melhores condições de vida senão a qualidade de nosso trabalho decai. Como conseguir? Se depender do governo nunca conseguiremos. Nossos secretários de educação, geralmente burocratas ou velhas raposas da política, sempre nos respondem com um "ah, você vai ter que esperar um pouco, ter de ser paciente". Esperar é exatamente o que não precisamos. A resposta que Amanda Gurgel, uma professora potiguar, deu a alguns políticos quando estes lhe deram esta desculpinha é ótima. Faço delas as minhas palavras: nossas necessidades são imediatas.

O que podemos fazer é pressionar para que ajam. No entanto, as organizações sindicais dos professores não são tão unidas a ponto de fazer a pressão com as quais dimensões necessárias para que algo seja feito. Existem algumas com mais força que outros, mas na maior parte dos estados elas são divididas. O que muito me entusiasmou foi a greve dos professores mineiros no ano passado que conseguiu visibilidade e reivindicações atendidas. A prova de que podemos mudar esta situação desanimadora.
Outra coisa que falta é a orientação. O contato com o sala de aula é um pouco tardia. A relação entre o professor e o estagiário não costuma ser das melhores: ou porque o professor escolhido não está realmente comprometido ou porque o estagiário quer implantar todos os moderníssimos métodos educacionais na sala de aula, ofendendo a experiência do seu orientador. Ora, o professor deve lembrar que está ali para orientar o estagiário, para mostrá-lo como são as coisas na prática, e o estagiário deve ter em mente que ele é passageiro na escola em que estagia e que deve respeitar a experiência do seu professor, seja ele comprometido ou não com o ensino.
Não sou um grande conhecedor da educação no Brasil. Nosso país é muito diverso, cada região tem seus problemas específicos. O que acredito é que comprometimento e uma boa orientação ajudariam e muito a mudar o nosso status quo, a começar pela maior união entre os professores o que geraria uma pressão maior por medidas necessárias e desconstruiria a imagem do professor-mártir. Só sei de uma coisa: "esperar mais um pouco" nunca foi uma boa opção.

Em breve, reformas na casa!

Estou pensando em dar uma repaginada no blog. Vai demorar um pouquinho porque são muitas reformas que tenho em mente. O que posso dizer é que vocês podem esperar por algo mais diversificado e mais lúdico.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Meme?

"Meme" hoje é sinônimo daqueles desenhinhos meio toscos que simbolizam uma reação específica e são usados á granel pelo pessoal nas redes sociais. Mas o que quer dizer "meme"?
A palavra foi inventada pelo biólogo Richard Dawkins no seu livro O Gene Egoísta (1976) e significa unidade mínima de informação. Em outras palavras, o meme é o gene da memória. Meme é aquela informação que vai passando de pessoa em pessoa, de geração em geração. Ele se adapta, mas continua lá.
Dawkins adaptou um conceito do mundo da biologia para o mundo da cultura porque sua teoria basicamente diz que a cultura também evolui. Os memes são os elementos dessa mudança, desse evolucionismo cultural. Eles são como padrões sociais, usando a terminologia weberiana. Eles incutem na sua cabeça idéias que não são sua. Os memes podem servir á mentalidades e ideologias. Um exemplo de Dawkins: a ideia de que será recompensado depois da morte pode te convencer de que isso é realidade e você pode ter uma reação química e emocional (a felicidade) por causa dela.

Um meme pode adquirir as mais variadas formas: uma música irritante que não sai da sua cabeça, um provérbio muito antigo, gestos que você pegou de sua família, frases de filmes que ficaram famosas e, enfim, piadinhas virtuais. Não sei quem fez a analogia entre os desenhos e os memes, mas acertou em cheio. Entre no Orkut ou no Facebook e você verá vários deles, em forma de desenho ou de fotos, reproduzindo diversas situações. As situações mudam (casos do cotidiano, notícias que estão abalando a mídia, etc), mas os memes continuam os mesmos. 

Agora, se eles podem ser usados como medida de nossa "evolução cultural", como queria Dawkins, então... "Houston, we have a problem!"

Pesquisando o movimento negro no Brasil e no Amazonas

Quem acompanha o blog sabe que no último semestre de 2011 desenvolvemos uma pesquisa sobre o movimento negro no Amazonas do qual resultou um pequeno vídeo chamado "Negros em Movimento: A Luta da Memória contra o Esquecimento".
O que nos sustentou durante a pesquisa de campo foi um conhecimento ainda que pequeno sobre a história do movimento negro no Brasil. Nossa maior fonte de consulta foi o livro organizado por Amílcar Pereira e Verena Alberti, Histórias do Movimento Negro no Brasil. Um livro com os depoimentos das principais lideranças do movimento negro dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia e Maranhão, dentre outros.

Entre os tópicos abordados estão o que os levou a despertar esse sentimento de negritude, de identidade negra, e como se deu sua entrada na militância política. Alguns pontos despertaram nossa curiosidade e os enumerarei aqui para refletirmos com mais calma:

1) A periodização do movimento negro é muito flexível: a maioria dos depoentes acreditava que o que eles estavam fazendo no final da década de 1970 era um feito inédito, mas anos depois entrariam em contato com uma geração de intelectuais e ativistas negros muito mais antigos que eles que desde os anos 30 vinham organizando movimentos. O livro de Alberti e Pereira adota essa periodização: o movimento negro teria começado na década de 1930 com a criação da Frente Negra Brasileira, continuaria na década de 1940 com a criação do Teatro Experimental do Negro e após algumas desarticulações finalmente se fortaleceria nas décadas de 1970 e 1980, se consolidando nos anos 2000 com o maior espaço que seus militantes e suas propostas tem desfrutado nas instituições oficiais.

Petrônio Domingues em seu artigo Movimento Negro Brasileiro: Alguns Apontamentos Históricos cria uma baliza temporal um pouco mais ampla, abrangendo o início da Repúblico e o começo do novo milênio (1889-2000). Na sua visão a série de agremiações recreativas negras que surgiram em São Paulo e no Rio de Janeiro, só para ficar nos exemplos mais conhecidos como o Clube 13 de Maio dos Homens Pretos ou o Centro Cívico Zumbi dos Palmares, após a Abolição também podem ser entendidos como movimentos sociais negros, pois ao lado de atividades de lazer também reivindicavam medidas contra a discriminação e discutiam de forma lúdica a questão da identidade negra.

2) A dicotomia entre cultura e política: muitos militantes encaravam a relação destas duas categorias como opostas e não complementares, ou seja, militar politicamente era visto como a única solução possível enquanto a movimentação cultural, segundo sua opinião, não trazia nenhuma conquista substancial na luta contra o preconceito. E o mesmo acontecia com os militantes que se espraiavam para as atividades culturais.
Essa dicotomia também chegou na historiografia. A interpretação de Petrônio Domingues, por exemplo, enxerga na manifestação cultural uma forma de ação política também. O diferencial é que a historiografia atual, assim como o movimento negro hoje como um todo, não vê mais uma oposição entre estas duas instâncias, mas uma complementaridade.
Hédio Silva Jr.

3) Hédio Silva Júnior, um importante militante do movimento negro paulista, em depoimento no livro de Alberti e Pereira diz que o movimento negro no Brasil apesar de tantas medidas ainda falta conquistar uma coisa: a unidade nacional. O que lhe parece até uma vergonha se comparado com a iniciativa dos líderes dos anos 30 que com muito mais dificuldades que a atual geração enfrenta conseguiram criar um movimento nacional, com diretórios na maioria dos estados do país: a Frente Negra Brasileira.
Essa falta de unidade é um ponto muito interessante. Podemos até questionar se a FNB foi realmente um movimento nacional devido a centralidade que ocupava a capital paulista em suas atividades políticas e aos poucos estados no Norte e Nordeste que possuíam diretórios seus. No final dos anos 70, com a fundação do Movimento do Negro Unificado temos novamente a proposta de um movimento de grandes proporções, mas as diferentes linhas de pensamento dos líderes regionais é um grande obstáculo. Num primeiro momento ele é superado devido ao inimigo em comum (o regime militar), mas com a redemocratização o painel muda e as cisões internas produzem uma série de dissidências.

4)A diversidade regional também é um fator muito interessante: nos anos 80, o Nordeste era uma das regiões onde o movimento negro mais tinha força. Os Encontros do Negro do Norte e Nordeste, iniciados em 1988 em Alagoas, foram muito importantes nesse ponto porque permitiram que os líderes regionais se conhecessem, compartilhassem projetos, adotassem novas iniciativas.
O interessante é que o movimento negro no Amazonas encontrou um grande obstáculo: a presença pequena de negros. Esse fator aliado á mentalidade racista que teima que somos uma sociedade sem preconceitos raciais ajuda a explicar porque o movimento negro no Estado se desenvolveu pouco em tanto tempo.
O primeiro encontro foi organizado no alto da Serra da Barriga, em Alagoas, por ocasião do tombamento de Palmares.

5)A colaboração de outros movimentos sociais é um dado importante: na maioria dos depoimentos encontramos indícios de que os movimentos negros nasceram ou receberam grande ajuda do movimento estudantil, do sindicalismo, de partidos de esquerda, dentre outros atores políticos. Milton Barbosa, o Miltão, lembra que o MNU em parte nasceu da união de estudantes universitários e líderes políticos de índole trotkista. O próprio Movimento Alma Negra do ativista amazonense Nestor Nascimento nasceu com a benção do PCB local e tentou ser reerguido por ele no final dos anos 80 com a criação da Fração Afro-Brasileira dentro do partido.
Nestor Nascimento por Vinicius AA.

Outros depoentes preferem frisar que estes movimentos sociais e partidos políticos não se comprometeram realmente com a causa da negritude, mas apenas se usou dela para conseguir apoio na luta contra o regime militar. O argumento é justificado pela resistência encontrada dentro dos partidos de esquerda, por exemplo, em debater a questão racial, em alguns casos. A desculpa dada era que a prioridade era a luta social e não a luta racial. Isso deixa claro que o relacionamento entre entidades negras e movimentos sociais diversos não era totalmente harmoniosa nem completamente conflituosa.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Almanaque Urupês 10 anos


Apesar de estar convencido de que o tempo é relativo, isso não me impede de achar que ultimamente ele anda meio acelerado. Há cinco anos entrei em contato com o Almanaque Urupês pela primeira vez e agora tomei conhecimento de que este maravilhoso site fará uma década de vida.
Na realidade, o site é apenas uma das interfaces do projeto que há dez anos vem combatendo o esquecimento e contribuindo para a preservação da memória de Taubaté não somente com artigos acadêmicos, mas com programas didáticos e documentários. O trabalho que o pessoal do Almanaque Urupês faz é grandioso e merece o reconhecimento de todos os profissionais da História, sejam eles do Vale ou não.
Parabéns, gente, pelo ótimo trabalho! Espero que essa seja uma das muitas décadas de existência desse projeto que festejaremos.
Abraços fraternais.

domingo, 8 de janeiro de 2012

No Amazonas é assim...

Em fins do ano passado o que "bombou" na internet, pelo menos no Amazonas, foram as divertidas imagens da série "No Amazonas é Assim". Vou colocar aqui apenas algumas das quais gostei mais, mas no perfil deles no Facebook podemos encontrar muito mais.
OBS: "chibata" aqui quer dizer "maneiro".

sábado, 7 de janeiro de 2012

A Dangerous Method (Um Método Perigoso)


Falando em Psicanálise, em 2012 estreará no circuito comercial o filme de David Cronenberg sobre o encontro entre Sigmund Freud e Carl Gustav Jung no começo do século XX. Em uma entrevista na época em que seu filme estreou no Festival de Cinema de Veneza em setembro do ano passado, Cronenberg teria falado sobre seu interesse pelo tema - Freud e Jung tentaram entender os impulsos humanos, principalmente os mais obscuros, os quais são o conteúdo da maioria de seus filmes. Ele também avaliou o peso histórico da Psicanálise: Os europeus daquele período se achavam muito civilizados e sofisticados. Havia muitas coisas acontecendo e se acreditava que os seres humanos estavam se transformando em anjos. Freud negou isso, afirmando que há coisas que a racionalidade não pode resolver dentro da civilização.Isto na véspera da 1ª Guerra Mundial, que liquidou este sonho. Ele deu um grande salto na compreensão do que é realmente a natureza humana.
Michael Fassbender como Carl Jung.
E aqui, o verdadeiro Jung.
Em tempo: o filme dá mais atenção ao jovem Jung e uma de suas pacientes, com a qual ele supostamente teria tido um envolvimento amoroso (ao contrário do que afirma a história oficial). O desejo de entender os traumas e fetiches dela, segundo o filme, teriam motivado a formular suas teorias sobre a psiquê humana, com a ajuda do seu grande mentor intelectual Freud. O trio de protagonistas é composto por Viggo Mortensen, Michael Fassbender e Keira Knightley. Fassbender ficou, na minha opinião, idêntico á Jung. Em se tratando de um filme de Cronenberg e sobre estas duas figuras históricas posso dizer que ele está na minha lista de grandes expectativas, no campo do cinema, para 2012.

Os Prazeres da Psicanálise

Luiz Carlos Maciel 

(Cenário: bar movimentado, da moda, de preferência em Ipanema. Garçons lentos e displicentes. Os dois personagens, ELE e ELA, depois das dificuldades presumíveis que podem ser inventadas pelo diretor, conseguem uma mesa. Esperam duas horas por um garçom que já passou por eles no mínimo duzentas vezes e o diálogo se inicia).

ELE — O que é que você quer? Chope?

ELA — Por quê deveria querer chope? Pedir chope aqui é um tanto compulsivo. Você não pede chope por uma escolha livre: é uma compulsão. Coisa típica da neurose obsessiva. Você sabe muito bem que não é meu caso, querido.

ELE — Está bem. Você já passou duas horas com seu psicanalista, hoje. Será que não pode mudar de assunto?

ELA — Fique sabendo que o auto-conhecimento é o começo da cura. Depois, não tenho pressa em beber nada. Não sofro de nenhuma regressão à fase oral, como você.

ELE — Regressão a quê? Que diabo é isso? Não estou sentindo nada!

ELA — Está, sim. Está.

ELE — Claro que não.

ELA — Claro que está. Você é que não sabe.

ELE — Ué, não estou sentindo nada!

ELA — Pior. Muito pior. Não sente por causa de seus mecanismos de defesa. Você nunca ouviu falar de couraça caracterológica?

ELE — Nunca. O que é isso?

ELA — É uma pena.

ELE — Por quê?

ELA — Você está doente, meu amor. Muito doente.

ELE — (um tanto alarmado) Não!

ELA — (com firmeza) Doente, sim. Muito doente. Por que você não vai ao Dr. Hauser? Posso marcar hora para você, amanhã.

ELE — E quem é o Dr. Hauser?

ELA — Você está cansado de saber quem é o Dr. Hauser. Pergunta por causa de outro mecanismo de defesa. Seu caso está me parecendo mais grave do que eu pensava.

ELE — Está bem. Mas quem é ele.

ELA — Meu analista, é claro. Você vai gostar muito dele, querido. É um homem maravilhoso. Bonito, inteligente, culto, atlético, divino. Se eu já não estivesse no meu quinto ano de análise, poderia pensar até que é um semideus. Mas não. Já sei que é um ser humano como qualquer outro, sujeito aos mesmos erros e defeitos. Ele mesmo fez questão de deixar isso bem claro. Não é genial?

ELE — O que é genial?

ELA — Ora, o próprio Dr. Hauser dizer que é um ser humano. Só um homem divino diria isso.

ELE — Eu também reconheço que sou apenas um ser humano.

ELA — Mas você não é o Dr. Hauser. Não desanime nas primeiras sessões. suas resistências serão muito fortes, entende? Isso também aconteceu comigo, no começo. Mas o Dr. Hauser é um mestre no manejo da transferência e, depois de algum tempo, você vai sentir—se outra pessoa.

ELE — Mas eu não quero me sentir outra pessoa.

ELA — Coitadinho de você, meu bem. Num instante o Dr. Hauser vai convencer você de que você quer ser outra pessoa. Claro que quer.

ELE — Mas que outra pessoa, meu Deus?

ELA — Uma pessoa mais livre, mais independente. Sem essa dependência neurótica que você tem de mim, por exemplo.

ELE — (esmagado) E eu tenho dependência neurótica de você?

ELA — Claro. Qualquer pessoa com experiência de análise percebe isso logo de cara.

ELE — Você está quase me convencendo.

ELA — Tem uma fixação oral, também. E é um obsessivo-compulsivo típico. Já reparou essa mania por ordem e limpeza que você tem? Já? Aposto que não. Você não repara nada porque seu mecanismo repressivo tomou a forma da inversão. Você se acredita sadio quando está horrivelmente, miseravelmente, talvez até irrecuperavelmente doente.

ELE — (totalmente aterrado) Puxa! Acho que preciso beber alguma coisa. Posso pedir um chope?

ELA — Claro. Peça um para mim, também.

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Luiz Carlos Maciel é mais conhecido como guru da contracultura, graças á seus artigos n' O Pasquim (o qual ajudou a fundar ao lado de Tarso de Castro e Jaguar) sobre movimento hippie e pacifista nos anos 70, mas sua formação original é em Psicanálise.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Novo ano, novas perspectivas

2012 começou com cenas muito parecidas com o começo do ano passado: enchentes e alagamentos nas pequenas e grandes cidades brasileiras, principalmente no Sudeste do país. 2011 para mim passou tão rápido que nem percebi que já estávamos há alguns minutos do polêmico 2012. Como costumam dizer, passei um ano só "na correria". Esse ano foi muito proveitoso para mim no sentido de ter participado de muitos trabalhos, realizado alguns projetos e aproveitado muito a vida ao lado dos meus amigos e da minha família. E pensar que comecei 2011 com a pulga atrás da orelha: se falava na pacificação de alguns morros cariocas, do começo de uma era de paz para o Rio de Janeiro e eu suspeitava de que tudo isso era passageiro. Graças a Deus estava errado. Guardo algumas críticas ás pacificações, mas pelo menos elas representam uma atitude efetiva contra o tráfico.

Em janeiro de 2011, nossos olhos se voltaram para o Rio de Janeiro de novo, dessa vez por conta das tragédias das chuvas.  No mesmo mês foi a vez de olharmos para o Oriente Médio, onde protestos contra corrupção na Tunísia cresceram, cresceram e culminaram na deposição do ditador local. A onda de protestos não parou por aí, se alastrou pelos demais países árabes: o Egito e a Líbia foram os casos mais emblemáticos. Há pouco tempo, a guerra civil na Líbia acabou e Kaddafi foi assassinado. Muita gente passou boa parte do ano tentando entender o que estava acontecendo ali naquela porção da Ásia.

Mais tarde algo aconteceria no Extremo Oriente, no Japão para ser mais exato. Algo catastrófico que não ficou muito atrás das modernas produções cinematográficas que falam sobre o fim do mundo: o terrível terremoto no Japão que quase destruiu uma metade inteira do país e ainda contaminou seu meio ambiente com a explosão de duas usinas nucleares.
As luzes e a vibração do Rock in Rio, no Rio mesmo, nos fizeram esquecer um pouco dessa terrível tragédia.  Foi um evento que gerou muita polêmica pelos cantores escolhidos e pelo modo como foram organizados os shows, mas que no fundo todo mundo gostou um pouco de ter assistido.

No campo da política tivemos os emblemáticos casos de corrupção nos ministérios de Dilma. Um deles, o caso de Orlando Silva, ainda está rolando. O caso do Ministério dos Transportes foi acompanhado pelo Amazonas com um interesse especial por se tratar do conhecido político amazonense Alfredo Nascimento. E por falar no Amazonas, quem se lembra da polêmica conversa que o prefeito Amazonino Mendes teve com uma moradora de uma área de risco em Manaus ou da reação do jornalista goiano Eugênio Santana á cidade que fez dele inimigo público número 1 dos amazonenses? Isso sem falar da afirmação de um dos membros da banda Restart sobre não haver civilização no Amazonas que lhe custaram um show aqui.

No Amazonas, a última das efemérides foi a inauguração da faraônica Ponte Rio Negro. Aqui pertinho, do nosso lado, houve a discussão sobre a separação do Pará em três estados: Carajás, Tapajós e Pará. O plebiscito ocorreu e a maioria dos votos foi pela não-divisão. Ainda no Pará, as obras da Usina de Belo Monte foram paradas por conta de uma greve geral de seus trabalhadores e no decorrer do ano várias manifestações na imprensa contra a construção da usina apareceram.
Pode-se dizer muita coisa sobre 2011, menos que foi um ano parado. E chegamos enfim á 2012, o ano que segundo o calendário maia e previsões científicas (?) recentes o mundo acabará. Será? Há uma crise na Coréia do Norte que pode se tornar uma nova Crise dos Mísseis de 1962, será esse o sinal? Eu não sei. Por via das dúvidas vou continuar vivendo, fazendo meus planos e curtindo minha vida. 2011 me fez deixar de ser um tanto pessimista, acho que essa foi sua maior contribuição para mim. Por isso prefiro começar essa ano acreditando que teremos boas surpresas. E é isso!