segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

A palavra de hoje é privacidade


Na verdade o título também poderia ser "Privacidade em tempos cada vez mais públicos". Hoje, voluntaria ou involuntariamente a privacidade perder a todo instante um pouco do seu significado.
Voluntariamente porque existem pessoas que gostam de ter sua privacidade devassada: "olha, estou fazendo isso e isso". Por que fazem isso? Por "n" motivos, mas o maior deles com certeza é a vontade de se exibir. Conheço muitas pessoas que dizem ser um livro aberto. Realmente, em um livro aberto qualquer um pode rabiscar alguma coisa. O que me chateia nisso tudo é a hipocrisia: a vida delas não é realmente desse jeito, pois as atitudes que elas tomam são sempre feitas pensando no que quem as acompanha vai pensar, o que eles querem ouvir ou ver.
Involuntariamente porque em tempos de terrorismo e psicose pessoas e governos costumam tomar medidas que acabam sempre recaindo no lado mais fraco da corrente. Chamar de teoria da conspiração o envolvimento que o governo norte-americano possui com os donos da mídia internacional, inclusive as redes sociais, é ser ingênuo no mínimo. A paranóia ainda domina as mentes, mesmo após a Guerra Fria. E não só dos governantes, mas das pessoas comuns que assustadas com casos de bandidos sanguinários e psicopatas assassinos (que parecem surgir a cada semana no noticiário) tomam medidas para restringir sua privacidade, se isolar, e ás vezes até para espionar pessoas que consideram suspeitas. A privacidade de uma pessoa paranóica também não é exatamente algo saudável, porque suas ações passam a ser pautadas não por sua vontade, mas por seu medo.
Enfim, seja pelo medo ou pelo exibicionismo, pela sociedade do espetáculo ou pelas "comunidades de inteligência e segurança", hoje é difícil não só de definir o que é privado, mas também de garanti-lo.

(Publicado em Brikolagen em 15 de Janeiro de 2012).

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