domingo, 2 de março de 2014

Adieu Resnais


Carlos Villaró se foi em fevereiro e agora Alain Resnais.
Se foi aos 91 anos e em plena forma. Ano passado lançou Vocês Ainda Não Viram Nada. Com Hiroshima, Meu Amor (1959) e Ano Passado em Marienbad (1961) revolucionou o cinema francês. Tá certo que não estava sozinho, basta lembrar dos seus outros companheiros de Nouvelle Vague como François Truffaut, Claude Chabrol e Jean Luc Godard. Dos seus filmes assisti apenas a dois: Noite e Neblina (1955) e A Vida é um Romance (1983).
O primeiro me impactou. É um documentário sobre o Holocausto, realizado com uma sutilidade arrasadora. O segundo me intrigou. São vários personagens em várias temporalidades, apenas o tema lhes une: a felicidade.
Todo cineasta tem seu  grande tema e o de Resnais era o tempo. Mas não o "tempo do mundo", na feliz expressão de Fernand Braudel, mas o tempo de cada um. Remover a memória era a técnica do dono do castelo em A Vida é um Romance para se alcançar a felicidade, contudo a experiência falha miseravelmente. É contra o esquecimento que Noite e Neblina se ergue. Nada mais justo que o tempo o levasse.

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