domingo, 2 de março de 2014

A sanha never ends


Hoje li n'O Globo um artigo do cientista político Nelson Paes Leme - que pode ser encontrado na íntegra aqui no post do Fernando Brito - com o seguinte título: a UDN não morreu.
O que quer dizer UDN? Calma, titio explica: União Democrática Nacional é o nome de um partido criado em 1945 e extinto em 1966 (já falamos dele em um post anterior) que tornou-se bastião do conservadorismo em terras tupiniquins.
Diz Paes Leme que o udenismo perdura através de um moralismo obtuso. Acho que podemos acrescentar aqui anticomunismo também. Qual a novidade? A sociedade brasileira sempre foi muito conservadora e autoritária. Talvez o mais importante nessa discussão é saber como esse reacionarismo sobrevive. Por meio de que mecanismos ele se adapta aos novos tempos?
O cara do conservadorismo hoje não tem rugas, mas espinhas. Há um descontentamento com o presente e há uma associação, por inúmeros motivos, das mazelas do cotidiano com a participação dos movimentos sociais (principalmente das chamadas minorias) nas políticas públicas desde 2003.
A direita, que havia se queimado pelo apoio á última ditadura, saiu do armário. Antes fosse uma direita inteligente, o que enriqueceria nossa morna democracia, mas não. Ela não propõem nada de novo, não há um projeto de Brasil. Quando há sempre é orientado por uma volta a um passado totalmente idealizado. Há mais uma sanha contra tudo aquilo que abale a moral e a acomodação. Bolsonaro, Feliciano e Sherazade são os testas-de-ferro do "cidadão de bem".
Bem, a UDN foi vítima da autofagia. O autoritarismo que tanto defendeu foi seu fim. E o que será dos udenistas de plantão hoje?

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