domingo, 2 de março de 2014

Para entender o "hoje" de 2014

Vem Pra Rua (Manaus, 2013). Foto: Igo Rafael Farias.
Aviso: Não estou fazendo aqui uma lista dos textos essenciais e definitivos para compreender profundamente esse momento tão peculiar por que passamos. Seria muita presunção fazer isso. Afinal, a história e o presente, como queria Walter Benjamin, é feito de muitos "agoras". Por isso estou elencando aqui alguns "agoras" que tem me ajudado a pensar e repensar minhas certezas sobre o que estamos vivenciando.


Esse post foi escrito em 2012 se não me engano no saudoso blog Fagocitando São Paulo do meu amigo Diego Gatto (por isso as referências ao coronel Telhada) e foi revisado recentemente para seu novo blog Check Out Town. O que me cativa aqui além da verve do autor, é esse sentimento de inconformismo com a democracia que não descamba para um saudosismo autoritário. É a sede por coisas novas. É o anseio por fugir das miragens do neoliberalismo. 

Manifestações, Bráulio Tavares
O escritor paraibano me deixou inquieto por todo um dia com esse post. Prenhe de inquietações, todas elas muito bem articuladas com sua escrita lúdica, nos oferecem um posicionamento aquém das usuais visões maniqueístas sobre as manifestações. Não encontramos demonizações aqui, muito menos canonizações.

Ao contrário dos dois primeiros textos, esse aqui se aproxima mais dos ensaios políticos tradicionais ao reunir dados estatísticos e um embasamento teórico referente á movimentos sociais consagrado (refiro-me aqui ás considerações de Eder Sader). Alguns conceitos problemáticos, como classe média ou classe c, aparecem aqui, mas justamente para serem problematizados á luz do momento - note que ele foi escrito um mês depois das grandes manifestações de 2013.

O jornalista condensa aqui uma série de impressões sobre os rolezinhos, tentando fugir de discursos enviesados (embora aqui e ali escorregue em certo moralismo), além de estabelecer uma conexão interessante com várias obras que discutem as ambiguidades da urbanização no mundo contemporâneo sem necessariamente ter aquele discurso academicista.

Por que implicar com o academicismo? Nada contra, apenas acredito que nesse momento os pesquisadores tem se valido de muitos conceitos deslocados e anacrônicos na tentativa de justificar sua posição enquanto peritos, enquanto decifradores do real, quando estamos na hora e a vez da experiência.

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