terça-feira, 30 de julho de 2013

Olho mágico

Imaginemos, apenas imaginemos, que existam espalhados pelo universo uma série de estações de observação, tal qual nossos telescópios. Imaginemos ainda que o ponto central de observação se encontre em posse de alguma criatura, a serviço de algo parecido com um governo ou mesmo por razões particulares - talvez curiosidade apenas. Imaginemos que nessa infinita solidão esse observador se interesse não mais por simples fenômenos, mas pelas trajetórias dos muitos seres que suas lentes possam captar. Imaginemos que por acaso a Terra esteja no raio de observação de suas lentes e lá ele acompanhe as pequenas vinte e quatro horas de vida de uma mosca ou então os cinquenta anos de vida de um quitandeiro. Imaginemos que efeito surtiria tal mania em nosso voyeur das estrelas. Alguém que tenha uma visão do todo se encantará realmente com a generalidade, com a perenidade, ou com a singularidade, com o acaso? Mas, não esquente a cabeça, é só imaginação.

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