sábado, 20 de abril de 2013

Botecosfera

Ari era um cara legal. Todos achavam isso dele. Até o dia em que não pagou a conta. Aí foi mandado para o mais baixo ponto da lista de facínoras do bar.

Tiziu já dava nos nervos: chegava zombando de todos e quanto mais copos virava, mais insuportável se tornava. Bacalhau, o dono, dissolvia o clima tenso apenas batendo o porrete de madeira no balcão. Na mesma hora o homem se transformava num gentleman.

Lurdinha, ah, Lurdinha... Beleza não era um de seus atributos, tampouco a simpatia. Mas ela tinha um sorriso todo seu, hipnotizante. Não sei o que via naqueles dentes acavalados. Um dia fiz ela jurar. Lurdinha mesmo que você mude de vida, encontre um ricaço e fique cheia da grana, me prometa uma coisa: nunca vá ao dentista!

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