Efraim Amazonas
As traças consomem-se
no armário do quarto
a sala aberta
Foto: Cristiano Mascaro. |
e visitada pelos fantasmas diurnos
que os mortos espiam.
Todos os parentes
se vão
Inquietos.
Só resta a mobília rija
as gualdras imóveis
nas gavetas. O olor
no fundo dos livros.
Os jornais permanecem
intactos
com suas folhas amarelas
e as notícias nunca sentidas.
Agora
todas vães.
Os passos se encaminham
para os fundos
onde o quintal
estende seu campo neutro
e as árvores exibem
Abóbadas cansadas.
Os muros esculpidos
por entes selvagens
titubeiam
Sua força escassa.
A voz
salta nos âmbitos
inunda-se das mortes
sujas nas paredes.
Agarça implume
voa a desgraça estreita
repartida nos cantos.
De quem é a certeza
desses frutos
que frios adormecem na calçada?
Movem-se as prensas imaginárias.
Outra vez a ferrugem
espanta-se nas fendas.
Os anos dos anos
decaem
impossíveis.
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