sábado, 23 de abril de 2011

Absurdo, loucura, tragédia...


Eu digiro as notícias de maneiras diferentes. Por exemplo, só agora posso falar realmente sobre a tragédia que aconteceu em Realengo duas semanas atrás. O motivo para isso foi que mesmo estando á mais 6.000km de distância eu me emocionei com o que aconteceu com as crianças que estudavam no colégio Tasso Silveira.
Primeiro, me espantei, depois pensei que fosse mais um ato do tráfico. Mas isso foi desmentido, então me espantei de novo. Eu até manifestei no post do dia 8 de abril o meu medo disso se tornar comum no Brasil. Á toda hora, com as reportagens, as imagens, tudo que falasse sobre as vítimas, eu chorava e lamentava o que tinha acontecido com aquelas crianças.
Eu tentarei falar aqui um pouco sobre esse triste fato. É muito difícil falar sobre a loucura e sobre a tragédia, mesmo quando você não pretende fazer um tratado sobre ambos, como é o meu caso. Mas vamos tentar, de qualquer maneira, apenas expor alguns pontos.
Isso foi realmente uma tragédia. Há uma diferença entre algo que podia ser evitado, que é fruto da irresponsabilidade de alguém, e algo que não podia isso. Esse último é o que chamamos de tragédia. Segundo alguns, esse acontecimento podia ser evitado, pois o atirador planejou e executou esse ato justamente para se vingar do buylling, a humilhação feita por colegas nas escolas. Outros dizem que esse foi um ato sem sentido, o rapaz era ezquisofrênico e se amparou, inclusive, numa religião, para justificar sua violência.
Assisti a uma entrevista, naquela época, do filósofo Mário Sérgio Cortella na qual ele falava que esse não foi um ato sem sentido, ele teve sim um sentido para quem o praticou. Para Wellington, aquilo precisava ser feito. A frieza da forma como ele fez tudo indica como ele perdeu um pouco de sua humanidade, como ele se tornou indiferente a dor que estava fazendo contra crianças inocentes. Em outras palavras, ele estava cegado pela loucura.
Muitos concordam que existe no homem o instinto da sobrevivência e o instinto da autodestruição. Isso estaria presente no nosso dia-a-dia. Nosso cotidiano, muitas vezes, pode parecer absurdo, sem sentido e deplorável. O que pode fazer aflorar em nós nosso pequeno facista interior. O que pode transformar um taxista em um atirador maníaco, como aconteceu no filme Táxi Driver. Existem, certas pessoas, que possuem tendências para esse lado obscuro de nossa alma. Seria o caso de Wellington? Não sei dizer ao certo.
O que posso dizer é que, de qualquer maneira, foi um ato desumano - em algum momento Wellington foi pego pela loucura e esqueceu-se de sua humanidade - e que ele não deve ser abafado, por mais que pareça cruel e sem sentido. Devemos discutir isso com nossa família, com nossos amigos. Devemos discutir maneiras de acabar com o buylling, maneiras de deixar nossas escolas mais seguras e, principalmente, maneiras de não perder nossa humanidade.

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