O Japão, um país considerado um dos mais desenvolvidos do mundo, está passando por uma tragédia que lembra em muito as tsunâmis que atingiram o sudoeste asiático, o "primo pobre" dos Tigres Asiáticos. Não só isso: para nós, brasileiros, muitas cenas lembram os deslizamentos de terra que aconteceram no começo do ano na região serrana do Rio de Janeiro.
A maioria das cenas, contudo, são tão impressionantes que lembram mais cenas de filmes apocalípticos, principalmente aquelas imagens em que mostram a água invadindo as ruas e levando com ela carros e casas como se fossem peças de playmobil.
Tal tragédia tem sido usada como argumento de que o fim dos tempos está realmente perto. Bem, o fim dos tempos esteve tão perto tantas vezes, ao longo da história, que esse pode ser muito bem mais um alarme falso.
Mas isso não minimiza o peso dessa tragédias, assim como das demais. Os deslizamentos de terra que acontecem anualmente no Brasil, como já cansamos de falar aqui, são frutos da natureza, mas principalmente de uma negligência do poder público e da população (isso já cansamos de falar aqui). Tanto que foi anunciado um projeto para fiscalizar áreas de risco e prevenir tais fenômenos climáticos.
No entanto, o Japão é um país que teve a infelicidade de se construir em cima de uma área de instabilidade tectônica, o que faz dos terremotos rotineiros. Os japoneses criaram todo um costume e um aparelho de prevenção sobre esse tipo de fenômeno natural e outros. Nesse caso, o que pesou foi o azar. O azar de ocorrer um fenômeno dessa magnitude, uma explosão vulcânica que produziu um maremoto terrível que se refletiu por boa parte do mundo.
A destruição de um usina nuclear também suscitou antigos temores. Passou-se a falar e muito sobre a energia nuclear e os seus riscos. Pode parecer que não, mas o governo refletiu um pouco sobre a construção de Angra III. Nós (e metade do mundo) ainda estamos procurando novas formas de energia, principalmente após os apagões do Nordeste, esse ano, e de São Paulo, ano passado, provocado pelas usinas de Sobradinho e Itaipu.
Resumindo, essa tragédia foi um momento que nos emocionou, através do sentimento de surpresa e de dor que faz com que as fronteiras realmente se diluam, e nos fez refletir sobre os rumos que estamos tomando, principalmente na questão da habitação e das fontes de energia.
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