Um dos maiores nomes da antropologia e do pensamento social brasileiro está lançando um livro sobre o trânsito. Hein? Isso mesmo. Roberto DaMatta publicou o livro Fé em Deus e Pé na Tábua no qual tenta analisar a situação do trânsito nas grandes cidades.
Morador de Niterói, DaMatta diz que a inspiração para escrever o livro partiu de sua convivência frustante com o trânsito em sua cidade. A quantidade de barbaridades nas ruas é uma realidade no Brasil inteiro e agora não só nas grandes cidades. O antropólogo, em uma entrevista para o Canal Livre da Band ontem (que pode ser vista aqui), disse que o livro não é um tratado sociológico sobre o trânsito, mas um grito de alerta para essa situação caótica no trânsito.
Segundo DaMatta, o Código de Trânsito Brasileiro não veio acompanhado de um debate, nem de maiores cuidados. O motorista, por sua vez, encara as leis impostas como um obstáculo á sua liberdade e dela tenta escapar, através do afamado "jeitinho". O problema do trânsito seria, portanto, político e cultural.
Ponto central da obra de DaMatta é essa "sociologia dual", segundo o pesquisador Jessé Souza, na qual o brasileiro, por meio de uma análise de suas imagens consagradas (como o carnaval, por exemplo) e de comparações com outras sociedades, é descoberto num espaço indefinido entre a ordem e a desordem, entre o autoritarismo e o "jeitinho". E essa indefinição do brasileiro é justamente o maior obstáculo para a consolidação da democracia no país.
O trânsito é um espaço privilegiado, pois nele podemos perceber muito bem essas tendências. Uma conjunção de fatores políticos, econômicos e culturais ajudam a criar um comportamento no trânsito pautado pela violência e o desrespeito para com os motoristas e os pedestres. O primeiro passo para acabar com essa cultura do desrespeito é a disciplina. “É um problema de internalizar regras igualitárias nos motoristas para que eles possam dizer não a eles mesmos”, afirma o antropólogo. Reconhecer no motorista/pedestre não um superior ou um inferior, mas um igual, esse seria o objetivo e as ferramentas para isso podem ser as mais diversas, como a educação, repressão e o debate, de preferência, todas se articulando entre si.
Uma questão atual e fundamental analisada por um dos monstros das Ciências Sociais brasileiras, portanto, um livro imperdível.
Morador de Niterói, DaMatta diz que a inspiração para escrever o livro partiu de sua convivência frustante com o trânsito em sua cidade. A quantidade de barbaridades nas ruas é uma realidade no Brasil inteiro e agora não só nas grandes cidades. O antropólogo, em uma entrevista para o Canal Livre da Band ontem (que pode ser vista aqui), disse que o livro não é um tratado sociológico sobre o trânsito, mas um grito de alerta para essa situação caótica no trânsito.
Segundo DaMatta, o Código de Trânsito Brasileiro não veio acompanhado de um debate, nem de maiores cuidados. O motorista, por sua vez, encara as leis impostas como um obstáculo á sua liberdade e dela tenta escapar, através do afamado "jeitinho". O problema do trânsito seria, portanto, político e cultural.
Ponto central da obra de DaMatta é essa "sociologia dual", segundo o pesquisador Jessé Souza, na qual o brasileiro, por meio de uma análise de suas imagens consagradas (como o carnaval, por exemplo) e de comparações com outras sociedades, é descoberto num espaço indefinido entre a ordem e a desordem, entre o autoritarismo e o "jeitinho". E essa indefinição do brasileiro é justamente o maior obstáculo para a consolidação da democracia no país.
O trânsito é um espaço privilegiado, pois nele podemos perceber muito bem essas tendências. Uma conjunção de fatores políticos, econômicos e culturais ajudam a criar um comportamento no trânsito pautado pela violência e o desrespeito para com os motoristas e os pedestres. O primeiro passo para acabar com essa cultura do desrespeito é a disciplina. “É um problema de internalizar regras igualitárias nos motoristas para que eles possam dizer não a eles mesmos”, afirma o antropólogo. Reconhecer no motorista/pedestre não um superior ou um inferior, mas um igual, esse seria o objetivo e as ferramentas para isso podem ser as mais diversas, como a educação, repressão e o debate, de preferência, todas se articulando entre si.
Uma questão atual e fundamental analisada por um dos monstros das Ciências Sociais brasileiras, portanto, um livro imperdível.
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