Geralmente quando se fala em Amazonas a primeira figura que nos vêem á mente é a do índio. Sim, a presença indígena é grande na região, mas ela não é a única. A complexidade amazônica é enorme: na cidade de Manaus podemos encontrar japoneses, judeus marroquinos, sírios, libaneses, dentre tantos outros povos.
A presença negra no Amazonas, no entanto, é dada como quase inexistente. A historiografia demonstrou que isso não é verdade: apesar de nos tempos coloniais o trabalho compulsório indígena ser hegemônico em Manaus e Belém, os negros tiveram sua participação na história amazônica através da Companhia de Comércio do Grão Pará, fundada por Pombal justamente para fornecer escravos africanos á região.
Estes se concentraram mais no Pará, mas muitos vieram para o Amazonas, fugidos ou comprados por fazendeiros e comerciantes locais. Está claro que sua presença foi limitada, mas não inexistente, como se costuma pensar. Aliás, a escassez de escravos africanos na capital do Amazonas não significa que aqui a escravidão tenha sido mais branda. Se assim fosse, por que os escravos fugiam para o interior da floresta constituindo assim os mocambos? Ou por que tentavam fugir para outros estados?
Com a instalação da província do Amazonas, precisava-se construir uma capital á altura de uma grande província e como mão-de-obra nesse processo de remodelamento temos principalmente os indígenas e os negros. O governo provincial declarava-se insatisfeito com esses dois trabalhadores por sua indisciplina (ambos fugiam ou faziam "corpo mole" durante o trabalho, segundo os governadores) e tentou em vão incentivar a imigração estrangeira para o estado. Diante da falta de sucesso, o jeito foi apostar em Institutos de Instrução como o Instituto de Artífices do Educandos (esse voltado mais para os índios).
Com as grandes secas e a descoberta do valor da borracha, as grandes massas de imigrantes do Nordeste chegam na cidade e tanto o braço índio quanto o braço negro são ofuscados pelos novos trabalhadores que irão agora se embrenhar nos seringais e no remodelamento da Paris dos Trópicos.
Muitos autores nos revelam que tanto tapuias como negros foram alçados ao mesmo nível de marginalização: viviam nos igarapés, tinham má instrução e más condições de moradia e saúde. Essa população se formou á margem da cidade da Belle Epoque. O negro, mais ainda que o índio, foi colocado para debaixo do tapete de uma cidade que pretendia ser uma nova cidade européia. No entanto, a cultura negra se desenvolveu e se arraigou na cultura amazônica: basta lembrarmos do tambor de mina, da capoeira, do conhecimento da metalurgia, dentre tantas outras contribuições.
Movimentos que reconheçam essa contribuição em Manaus são recentes, se não me engano datam dos anos de 1970 através principalmente da ação do grande ativista Nestor José Soeiro. Como o movimento negro, a historiografia sobre o negro em Manaus é recente também, mas tem reservado ótimas surpresas e excelentes trabalhsos, que, espero, estão longe de acabar.
A presença negra no Amazonas, no entanto, é dada como quase inexistente. A historiografia demonstrou que isso não é verdade: apesar de nos tempos coloniais o trabalho compulsório indígena ser hegemônico em Manaus e Belém, os negros tiveram sua participação na história amazônica através da Companhia de Comércio do Grão Pará, fundada por Pombal justamente para fornecer escravos africanos á região.
Estes se concentraram mais no Pará, mas muitos vieram para o Amazonas, fugidos ou comprados por fazendeiros e comerciantes locais. Está claro que sua presença foi limitada, mas não inexistente, como se costuma pensar. Aliás, a escassez de escravos africanos na capital do Amazonas não significa que aqui a escravidão tenha sido mais branda. Se assim fosse, por que os escravos fugiam para o interior da floresta constituindo assim os mocambos? Ou por que tentavam fugir para outros estados?
Com a instalação da província do Amazonas, precisava-se construir uma capital á altura de uma grande província e como mão-de-obra nesse processo de remodelamento temos principalmente os indígenas e os negros. O governo provincial declarava-se insatisfeito com esses dois trabalhadores por sua indisciplina (ambos fugiam ou faziam "corpo mole" durante o trabalho, segundo os governadores) e tentou em vão incentivar a imigração estrangeira para o estado. Diante da falta de sucesso, o jeito foi apostar em Institutos de Instrução como o Instituto de Artífices do Educandos (esse voltado mais para os índios).
Com as grandes secas e a descoberta do valor da borracha, as grandes massas de imigrantes do Nordeste chegam na cidade e tanto o braço índio quanto o braço negro são ofuscados pelos novos trabalhadores que irão agora se embrenhar nos seringais e no remodelamento da Paris dos Trópicos.
Muitos autores nos revelam que tanto tapuias como negros foram alçados ao mesmo nível de marginalização: viviam nos igarapés, tinham má instrução e más condições de moradia e saúde. Essa população se formou á margem da cidade da Belle Epoque. O negro, mais ainda que o índio, foi colocado para debaixo do tapete de uma cidade que pretendia ser uma nova cidade européia. No entanto, a cultura negra se desenvolveu e se arraigou na cultura amazônica: basta lembrarmos do tambor de mina, da capoeira, do conhecimento da metalurgia, dentre tantas outras contribuições.
Movimentos que reconheçam essa contribuição em Manaus são recentes, se não me engano datam dos anos de 1970 através principalmente da ação do grande ativista Nestor José Soeiro. Como o movimento negro, a historiografia sobre o negro em Manaus é recente também, mas tem reservado ótimas surpresas e excelentes trabalhsos, que, espero, estão longe de acabar.
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