Bem, continuaremos falando sobre a liberdade de imprensa.
No post anterior falamos sobre o direito á liberdade de imprensa, um direito criado pela modernidade e conquistado no decorrer dos últimos séculos. Hoje abordaremos um aspecto desse direito atualmente: os limites da liberdade de imprensa.
A luta contra a censura, em muitos países ocidentais, e sua consequente vitória (apesar de ás vezes reaparecer uma fagulha de censura) estabeleceu de uma vez por todas o direito á liberdade de imprensa. No entanto, alguns chegam a uma defesa quase fundamentalista desse direito. Tais defensores esbarram em outros direitos (ao meu ver tão importante e cruciais quanto á liberdade de imprensa) e justificam a quebra deles por meio da liberdade de imprensa. Me refiro principalmente ao direito á privacidade e a tolerância religiosa. Alguns jornais tem utilizado a liberdade de imprensa para justificar a entrada na vida não só de celebridades (embora esse seja o ramo mais rentoso), mas de pessoas envolvidas direta ou indiretamente na vida pública e também para atacar certas comunidades religiosas. A bola da vez é a comunidade muçulmana, em vista do crescimento do fundamentalismo no Oriente Médio e dos lamentáveis incidentes envolvendo membros do jornalismo e radicais (como o caso do assassinato do jornalista holandes Theo Van Gogh por radicais islãmicos). Não estou justificando o radicalismo islâmico (afinal, ele representa apenas um ramo da religião muçulmana), mas enfatizando o direito á qualquer crença religiosa e o respeito á ela, afinal esse é um direito garantido por nossas constituições e importante ferramenta para o desenvolvimento e manutenção da tolerãncia e da convivência.
Se alguns setores da imprensa tem culpa no cartório, muitos leitores também tem, afinal, esse mercado só é grande e lucrativo porque existe um público que adora consumir fofocas e se diverte menosprezando outras religiões e culturas. Mas fofoca e preconceito sempre existiu na história e sempre existirá, o problema é que ambo se tornaram verdadeira febre ultimamente. Estamos tentando construir um mundo menos opressor e mais compreensivo e precisamos que estes radicalismos diminuam. Uma conscientização do público e da imprensa se faz preciso.
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