Documentos históricos sobre a Amazônia, e especialmente sobre Manaus, não faltam.
Basta lembramos do relato do padre Cristóbal de Acuna que acompanhou a viagem do conquistador portugues Pedro Teixeira ou mesmo do jesuíta alemão Samuel Fritz e suas aventuras pela Amazônia portuguesa. Mas quando se fala de uma historiografia acadêmica sobre o Amazonas e sobre Manaus, os nomes são poucos.
Temos na metade do século XIX os pioneiros dos estudos históricos na região. Gente como Agnello Bittencourt ou João Nogueira da Matta. Não são obras de especialistas, a maioria se tratava de políticos ou profissionais liberais. Não se podia esperar mais que isso, afinal, a História estava dando seus primeiros passos no Brasil através desses homens. Um Capistrano de Abreu era coisa rara.
Essa historiografia (meio encomiástica, política e memorialista- principalmente após o ciclo da borracha) que se estende até as primeiras décadas do século XX preparou o terreno para os estudiosos que veriam a seguir. Bem ou mal, elas serão a base para a construção de novos paradigmas nas gerações posteriores.
No entanto, essa nova geração demorou um pouco para se formar. Em grande parte pelo desenvolvimento tardio das universidades locais (depois de fechada a primeira universidade de Manaus em 1926, só se verá um ambiente acadêmico adequado de novo em meados da década de 1970). No entanto, ela se formou e hoje já tem o seu paradigma: a busca pelo povo na história local, ou seja, a entrada na História Social. É uma história que passa a adotar também uma análise crítica não só das fontes como também do processo histórico amazonense. Nesses sentidos, podemos apontar como membros dessa geração os nomes de Márcio Souza, Edineia Mascarenha Morais, Maria Luiza Ugarte e Robério Braga, dentre outros. E, contrariando o espaço limitado de discussão e divulgação do trabalho científico, bem como da própria pesquisa, esses "heróis da resistência" vem expandindo cada vez mais a sua área de alcance.
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