domingo, 25 de abril de 2010

O cinema segundo Meliés


Georges Meliés (1838-1938) foi um ilusionista francês, um homem envolvido com o entretenimento. Quando ele assistiu, por curiosidade, a apresentação da invenção dos irmãos Lumière, especialmente aquela famosa passagem quando o trem vem em direção á platéia e todos correm, percebeu que essa geringonça chamada cinematográfo tinha futuro no seu ramo.
Meliés tentou comprá-la de Lumière, mas o inventor disse que essa máquina era para estudar a ciência dos movimentos e que nunca teria futuro no entretenimento. Meliés estava convencido do contrário. Algum tempo depois, o cinematográfo era sensaçaõ e Meliés adquiriu um. Com esse aparelho ele fez inúmeros filmes cheios de "efeitos especiais" como degolações, viagens á lua, fantasmas e muito mais.
Arlindo Machado, em seu livro Pré-cinemas e Pós-cinemas, faz uma comparação entre o cinema e o mito da caverna de Platão. Platão dizia: suponhamos que uns homens fossem acorrentados numa caverna desde pequenos de maneira que só pudessem ver as sombras se projetando na parede. Alguém faz um teatro de sombras com uma vela. E assim esses homens crescerão pensando que o que vêem, essas sombras, são reais, quando na verdade são uma ilusão. E se alguém chegar e os libertar de suas correntes eles não acreditarão que existe um mundo além da caverna e terão até vontade de voltarem para ela.
Segundo Machado, o cinema, nos seus primeiros anos, era uma espécie de caverna, e ele só cresceu porque as pessoas gostam de entrar na caverna de vez em quando, elas gostam de se iludir, de se divertir com coisas surreais que parecem possíveis no cinema, e Georges Meliés foi um dos homens que levou essa idéia á diante com seus bem-humorados filmes. Se o cinema se tornou hoje uma indústria de ilusões, um ramo do entretenimento, um de seus pioneiros, com certeza, foi esse ilusionista francês.

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