Faleceu hoje uma das figuras míticas do nosso cinema: Anselmo Duarte.
Fez sucesso como galã das chanchadas da década de 1940 e 50, mas sempre escreveu roteiros e não raro dirigia. A oportunidade de mostrar ao mundo essas suas outras facetas veio com o filme Absolutamente Certo, mas é com O Pagador de Promessas que se consagraria.
Duarte, adaptando a peça de mesmo nome de Dias Gomes, deu um novo ânimo ao cinema brasileiro, por muitos é considerado o precurssor do Cinema Novo (pela sua estética, seu apelo popular, sua visão social, dentre outras coisas).
A história gira em torno da promessa que Zé do Burro fez para curar seu burro, que era seu sustento. A promessa é simples: carregar uma cruz até a Igreja do Bonfim. O lugar é que é o problema: ele fez em um terreiro de umbanda. Começa toda uma confusão em torno do pagador de promessas e o padre que não quer que ele entre na Igreja por causa da natureza da sua promessa.
Vi recentemente uma entrevista de Anselmo, na qual ele disse que ao final da exibição do seu filme em Cannes houve um burburinho entre os jornalistas, os representantes do clero, os críticos e os atores sobre a tradição, a questão social e tudo mais. A partir daí o cinema brasileiro, até então encarado como produção inferior pela opinião pública por ser do Terceiro Mundo, passou a ser valorizado, o que começou a ser retomando, ainda que lentamente, hoje.
Para quem quiser saber mais sobre Anselmo recomendo esse link:http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u611604.shtml
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