quarta-feira, 11 de julho de 2012

O polêmico cardeal se vai


Dom Eugênio Sales, um cardeal que se impôs e fez Historia. Esse é o título da reportagem de Marcelo Auler do site do Jornal do Brasil sobre uma das figuras mais marcantes da Igreja Católica brasileiras nos últimos anos. 
D. Eugênio era potiguar, apesar de muitos acharem, pela fisionomia, que era gaúcho. Tinha seus desentendimentos com D. Hélder Câmara e os irmãos Boff por causa da sua aproximação com a Teologia da Libertação (diretriz que surgia nos países latino-americanos inspirada no comunismo que pregava que a Igreja deveria fazer a sua opção pelos pobres antes de tudo), mas fez várias cartas e trabalhos pastorais nas favelas enquanto foi arcebispo do Rio de Janeiro. Aliás, na vinda de João Paulo II para o Brasil fez questão que o papa visitasse o Morro do Vidigal.
Talvez o seu lado mais polêmico seja a sua conexão com os setores militares durante a ditadura. D. Eugênio não escondia sua relação tanto com a linha dura quanto com os militares mais moderados, conhecidos como castelistas ou membros da Sorbonne. O cardeal era conservador e anticomunista, mas mesmo assim intercedeu pela vida de muitos presos políticos durante a ditadura, se valendo de seu prestígio como arcebispo do Rio de Janeiro e de seus contatos estratégicos. A pouco tempo, foi revelado que deu abrigo para muitos refugiados políticos, fugidos das ditaduras do Cone Sul.
Nos últimos anos, D. Eugênio não participou de mais nenhuma polêmica, por isso muitos acreditaram que já tinha falecido, sendo o autor deste post um deles. Mas a verdade é que ele estava desfrutando a sua vida de cardeal emérito com tranquilidade, longe dos holofotes, mas sempre atualizado com as diretrizes do Vaticano. Nessa segunda-feira, esse personagem tão ambíguo e polêmico nos deixou aos 91 anos. Hoje, quarta-feira, seu corpo foi sepultado na Catedral Metropolitana do Rio de Janeiro. Lá se vai mais uma lenda nacional.

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