domingo, 8 de julho de 2012

Confusão no horizonte?


O novo presidente do Egito, Mohammed Mursi, decidiu restituir o Parlamento. Ora, essa seria uma atitude louvável de democracia, então por que o estardalhaço da mídia internacional? Simples. Desde que Mubarak foi deposto a Junta Militar que governava o país criou várias dissoluções que praticamente deixavam para ela o dever de legislar. Essa decisão foi tomada porque vários partidos passaram a reivindicar representantes no Parlamento. O que realmente fez os militares tomarem essa atitude foi o medo de com isso a Irmandade Muçulmana tomar o poder por vias democráticas.
Mursi, inclusive, pertence á Irmandade. Com sua última ação é capaz que ele esteja dando um primeiro passo para a tomada do governo pela organização, que tem maioria no Parlamento também. Ou pode ser também revanchismo: a Irmandade e o Exército egípcio são inimigos históricos - praticamente desde o governo de Gamal Nasser nos anos 50, a organização tem sido perseguida e o governo atacado por ela, seja por meio de palavras ou de atentados mesmo. Mas a Irmandade mudou um pouco nos últimos anos, a maior prova disso é que ela se adequou ás vias democráticas. No entanto, diante de uma organização pioneira do fundamentalismo islâmico moderno no Oriente Médio, desde a década de 1920, sempre fica um pouco de desconfiança se ela realmente não continua seguindo sua diretriz original.
Teria a Primavera Árabe se tornado Inverno?

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