sábado, 2 de junho de 2012

Os lados do jogo


Esquerda, direita. São dois lados que eu sempre confundo. São posições políticas também, mas é mais claro saber quem é quem. Ou ao menos, parece. O esquerdista é tido como o cara do contra, o revolucionário, o "badernista", aquele que quer mudar o mundo. Já o direitista é geralmente demonizado como aquele que não gosta do povo,  que defende a moral e os bons costumes, extremamente conservador.
Como se tudo na vida fosse preto e branco. Felizmente, existe uma coisa chamada diversidade que torna tudo mais complicado. Não existe alguém 100% de esquerda, que não possua alguma coisa que não o faça cair em contradição em relação ao que faz e ao que acredita. E o mesmo vale para algum militante da direita. Ser incoerente é parte de ser humano, pois nossa formação e as circunstâncias nos exigem respostas diferentes ás vezes.
Além disso, você pode ser de direita e concordar com algumas ideias da esquerda. Ou seja, você pode ser o que a maioria chama de "centristas", porque ficam no meio do caminho entre estes dois pólos. Claro, "centro-esquerda", "centro-direita" são apenas formas didáticas de classificar posições complexas.
E ainda tem gente que diz ser de direita ou de esquerda só pra se rotular mesmo. Mas vamos nos focar não nos anti-ideologistas, mas no que essas posições representam.

A diferença principal, na minha opinião, entre esquerda e direita reside no modo como se encara um ponto essencial da Humanidade: a pobreza. Para os ideólogos da direita, a pobreza é natural, porque é inevitável o homem querer ter mais que o outro. Para a esquerda, a pobreza é construída historicamente. Marx dizia que nas primeiras sociedades humanas não havia pobreza, pois não havia propriedade privada. Se ela é histórica, pode ser mudada. Se ela é natural, por mais que tentemos não conseguiremos saná-la.
Resumindo, a direita aceita a pobreza porque a associa com a diferença (ser diferente é natural). A esquerda aposta na superação dela porque a associa com a desigualdade social (a desigualdade é produzida pelos sistemas econômicos). O que fazer então? A direita opta por diminuir a pobreza, a esquerda quer erradicá-la.
É uma crítica comum da direita acusar a esquerda de ser idealista demais por perseguir um sistema econômico onde não haja dominação. A esquerda, por sua vez, chama a direita de conformista por defender o status quo com seus ideais.
Qual é o mais certo? Não existe isso. Você deve se perguntar o seguinte: com qual deles eu mais concordo? Só lembrando que essa é uma definição bem generalizante, uma vez que existe uma infinidade de dissidências tanto na esquerda como na direita que possuem seus pontos de vista próprios sobre essa questão. Foi só uma tentativa de esclarecer a questão. Esclarecer pra não continuar confundindo os lados pra sempre.

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