sábado, 28 de abril de 2012

Código Desflorestal


O Código Florestal, sim o afamado Código Florestal aplaudido pela nossa bancada ruralista, foi aprovado na Câmara Federal. E agora pipocam nas redes sociais manifestações pedindo para que a presidente vete o projeto de lei. Se lembram que quando Aldo Rabelo terminou de redigir o texto do projeto de lei a mídia noticiou em peso, até demonstrando as implicações das novas medidas? Pois é. Não se ouviu mais falar em Código Florestal na mídia. Os ambientalistas continuaram seus protestos, mas como sempre, o apoio da maior parte da população não veio.
Para mim, a vitória do Código Florestal pró-latifúndio significa que ainda há um abismo entre a causa ambientalista e a sociedade civil. O movimento ambientalista no Brasil tem tradição, tem nomes como José Lutzemberg, Leonardo Boff, dentre outros, mas ele ainda continua um tanto incipiente. Por quê? Porque ele ainda não se enraizou na consciência dos brasileiros.
Existem vários fatores aqui que podem explicar isso, mas acho que um dos principais é de que a mensagem ambientalista não foi traduzida na linguagem popular adequadamente. Claro, a maior parte das pessoas tem uma mentalidade individualista e imediatista e os danos ambientais tem efeito coletivo e de longo prazo, mas hoje, com as enchentes e secas atingindo muitas cidades brasileiras, não é possível que as pessoas não atinem para a relação entre meio ambiente e catástrofes naturais.
Claro, divulgar a mensagem ecológica não significa vulgarizá-la ou simplificá-la ao extremo, mas transmitir ás pessoas comuns o essencial dessa mensagem. E o que seria o essencial? Entender que precisamos deixar de enxergar a natureza como algo a ser dominado, domesticado, mas como uma entidade com a qual devemos respeito. Continuar insistindo na dominação da natureza pode exauri tanto a natureza como nós mesmos. Nossa sobrevivência depende da convivência e não da dominação. E a convivência depende do respeito e do cuidado.

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