sexta-feira, 28 de outubro de 2011

A ponte do futuro

Na última segunda feira se comemorou os 342 anos da cidade Manaus. A história já começa complicar aí, mas deixo para explicar a causa dessa data ser tão problemática em outra oportunidade. O que quero falar hoje é sobre outra comemoração: a inauguração da Ponte Rio Negro.
Lá estavam as bandas tradicionais de Manaus, como Rabo de Vaca e até o "princípe do brega" Nunes Filho. Compareceu Omar Aziz, Dilma Roussef e Lula. Só não compareceu Amazonino. E o motivo é claro.
Uma pena, porque organizaram uma manifestação de amor ao caro prefeito, como podemos ver nas fotos.
Muitas pessoas não resistiram e cruzaram a ponte. Conheço milhares que fizeram isso. Alguns até sairam queimados pelo sol, só para completar o trajeto á pé.

Vamos á ponte: o projeto foi sugerido há mais de cinco anos atrás. O deputado Francisco Souza fez questão de assumir a paternidade da criança. Na época governador, Eduardo Braga se comprometeu a construir a ponte, sabendo que custaria uma verdadeira fortuna tal empreendimento. Afinal, o Rio Amazonas é um dos maiores rios do mundo em comprimento, um verdadeiro mar.
Após quatro anos a obra é concluída, pairando no ar a polêmica de se instalar cabines de pedágio ou não. O pedágio não veio, mas já preveniram que o custo da manutenção da ponte é alto e o jeito é cortar os recursos dispensados ás balsas. Nenhuma novidade: uma obra faraônica tem despesas faraônicas.
O objetivo da ponte era ligar as duas margens do rio, incrementar a urbanização do lado de lá. Soube que muitos terrenos já foram loteados, alguns permanecendo nas mãos de verdadeiros empresários imobiliários, no melhor estilo capitalismo selvagem.
Enquanto Manaus piora a cada dia e tenta passar a imagem de que tem infra-estrutura, principalmente para justificar a sua escolha para ser uma das sedes da Copa, investe-se numa obra que ao que parece fará uma urbanização desorganizada em outro local. Os problemas (de trânsito, explosão demográfica e falta de saneamento básico) não são resolvidos, são contornados. Melhor, passamos por cima deles atravessando de ponte.

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