terça-feira, 11 de outubro de 2011

Ontem e Hoje

José Roberto do Amaral Lapa
José Roberto do Amaral Lapa, na metade dos anos 70, fez um balanço da historiografia brasileira e chegou a conclusão de que os estudos sobre o período republicano estavam crescendo e em pouco tempo superariam os sobre o período colonial. Qual a importância disso? Existia uma tendência na academia, no que tange á História, na década de 40, 50 e 60 de se privilegiar o Brasil Colonial em seus estudos. Os velhos catedráticos acreditavam que o período colonial definiria melhor o Brasil atual e era algo muito mais histórico que o período colonial, considerado muito recente para ser avaliado com frieza e objetividade. Lapa chama essa tendência de conspiração anticontemporânea.
Ela começa a cair por quê? Alguns motivos: a consolidação do marxismo nas faculdades, a profissionalização dos cursos de pós-graduação de História pelo país, a radicalização do regime militar, a influência da História Nova dos Annales, etc.
No entanto, ainda hoje há uma espécie de desconfiança com a História do Tempo Presente em nosso país. Sim, ela se tornou um campo específico com os Annales. Segundo seus pioneiros, não há o que temer se levarmos em conta os métodos e teorias apropriados para encarar o tempo presente. Por falta de tempo e espaço, limito a dizer que são métodos que frisam o caráter provisório de muitas notícias e imagens (por conta do fluxo constante de informações, das medidas tomadas no calor da hora) e das teorias que buscam compreender as mudanças não a partir do acontecimento, mas de algo além, de uma visão estrutural.

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