quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Velhas inovações

Tony Blair, primeiro-ministro inglês, e Muamar Kaddafi em 2005.
Não há nada mais fúnebre e macabro que comemorar com alegria uma morte, seja de quem for.
Esse ano assistismos celebrações mórbidas duas vezes: primeiro, com a morte de Osama Bin Laden e, agora, com o assassinato de Muamar Kaddafi.
Dois homens monstruosos, é verdade, que promoveram inúmeras mortes. Um através de atentados e o outro através da repressão dentro do seu país e de atentados fora dele.
O que me incomoda é a hipocrisia que envolve o fato: Kaddafi, após os anos 80, se tornou um cara super bem vindo em muitas reuniões internacionais. Há pouco, pesquisando fotos pela internet, achei ele sendo recebido por vários presidentes do "mundo livre" que tiveram inúmeros negócios com ele. Berlusconi, presidente italiano, fechou vários acordos milionários com o ditador líbio. Ou seja, Kaddafi foi conveniente enquanto puderam fazer negócios com ele. E quando explodiram as revoltas árabes a opinião pública passou a criticá-lo, mas não pelos seus 40 anos de ditadura, cheios de torturas, mortes e atentados terroristas, mas pela repressão aos rebeldes. Tudo muito conveniente.
Para socorrer os rebeldes, a OTAN vai em seu auxílio. Caridosamente, não importando, claro, com o petróleo líbio. Obama já disse que as tropas serão retiradas do país em breve. Eu já ouvi isso antes: na época em que tiraram Saddam Hussein do Iraque, mas quem disse isso foi o babaca do George Bush. Coincidência: no Iraque também existiam muitos poços de petróleo. Ah, e as tropas? Bem, elas começaram a sair ano passado, ou seja, quase dez anos depois da promessa. Obama, que prometia ser o presidente inovador, não está inovando muito ao repetir as mesmas práticas dos presidentes anteriores.

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