segunda-feira, 1 de agosto de 2011

X Semana de História da Uninorte

Foto: Raoni Lopes.
De 13 a 17 de junho de 2011, comemorou-se na Uninorte os dez anos do curso de História. Como estava participando da organização do evento (fazendo parte da equipe de colegas que cuidou da estrutura e da divulgação) não pude dar maiores detalhes antes e nem atualizar o blog essa semana.
Pretendo fazer agora um pequeno resumo da X Semana de História, tentando relatar o máximo que eu pude acompanhar.
Primeiro tenho que esclarecer que a preparação para esse evento começou muito antes, no semestre passado, com a criação do projeto Clio, quando recrutamos os membros. Ainda no semestre passado começamos a entrevistar alunos e professores que passaram pela instituição nesses dez anos, como forma de criar uma memória para o curso. Por conta do tempo, nos concentramos nos atuais e antigos professores do curso.

Aluna da UFAM, Profa. Maria Eugênia de Mattos, Profa. Elisângela Socorro Maciel e Profa. Adriana Barata.
Foto: Maurílio Sayão.

De segunda á quinta recebemos estes professores, convidando-os a nos apresentar um pouco de seus trabalhos. Como temos um corpo docente diverso, os temas foram os mais variados também: desde de história cultural á história econômica.
Na segunda, recebemos a professora Maria Eugênia Mattos que nos falou um pouco sobre uma outra instituição de ensino amazonense: o Colégio Dom Bosco. Responsável pela formação da elite manauara a partir da década de 1920. Ainda no mesmo dia, Profa. Elisângela Maciel, nossa coordenadora, nos falou sobre seu tema: a romanização da Igreja Católica no Amazonas, focando principalmente a construção de Diocese de Manaus.
No dia 14 de junho, pela manhã, foi a vez da Profa. Cristiane Manique e do Prof. Tarcísio Serpa Normando  apresentarem seus temas. A professora Manique pesquisou a atuação da elite presente no Vale do Itajaí (RS) e descobriu as diversas formas que esse grupo social utilizou para se reafirmar (seja através de casamentos, da criação de clubes recreativos, etc.) A contribuição do professor Tarcísio veio através de uma reflexão sobre o futebol amazonense, relembrando o seu início elitista (trazido como um dos costumes "civilizadores" para o estado na Belle Epóque ainda) e seu atual estado, com as perguntas que vieram após sua explanação.

Prof. Pedro Mansur Andes e Prof. João Rozendo.
Foto: Raoni Lopes.
Na parte da noite, tivemos as palestras dos professores João Rozendo e Pedro Mansur Andes. Os dois trouxeram um novo olhar sobre duas famosas zonas da história do Amazonas: a Belle Epóque manauara e a Manaus após o boom da borracha. Enquanto uma é vista apenas em suas transformações urbanas e econômicas, outra nem se quer é alvo de maiores análises uma vez que é tida como uma época de colapso da cidade e do estado. Prof. Rozendo lembra a questão política utilizando a imprensa, destacando o início da República no Amazonas, enquanto o Prof. Andes estuda os movimentos sociais (principalmente as greves) na cidade de Manaus após a economia gomífera. Na mesma noite tivemos ainda a apresentação da peça Ainda Ontem sobre a ditadura militar. Peça escrita e dirigida por Taniouska Souza, ex-aluna do curso.

Profa. Elisângela Maciel e Prof. Arcângelo Ferreira.
Foto: Olga Almeida.
Na quarta-feira, pela manhã, recebemos o Prof. Arcângelo Ferreira, a Profa. Adriana Barata e a Profa. Patrícia Rodrigues. Sendo que o primeiro nos apresentou um pouco do universo do movimento artístico que surgiu em Manaus na década de 1950, o Clube da Madrugada, ressaltando inclusive o seu chão histórico. Enquanto a professora Barata nos falou sobre o leprosário de Paracatuba, criado na década de 1920 para cuidar dos hansenisicos e para afastá-los da cidade. Sua palestra nos ajudou esclarecendo bastante coisa sobre a doença. A professora Patrícia Rodrigues nos apresentou um pouco de seu trabalho sobre a Feira da Manaus Moderna, destacando a proposta política e social por trás desse plano urbanístico.

Profa. Elisângela Maciel, Sandro Santos, Profa. Patrícia Sampaio e Profa. Adriana Barata.
Foto: Sandro Santos.
Á noite, recebemos a Profa. Patrício Melo Sampaio que nos apresentou um pouco da sua temática central: a condição do negro e do indígena no Amazonas através da legislação, seja ela colonial ou imperial. No mesmo dia foram homenageados alguns alunos que passaram pelo diretório acadêmico de História. O Prof. Maurício Aurélio Couto, decano do curso, não pode infelizmente comparecer para falar sobre seu tema de trabalho (o uso das imagens no ensino de História) por conta de problemas pessoais, mas foi brevemente apresentadas as linhas mestres de seu estudo que tomava como exemplo dessa relação entre tecnologia e história o cinema de Silvino Santos.

Profa. Francisca Deusa e Profa. Elisângela Maciel.
Foto: Maurílio Sayão.
Na quinta-feira, pela parte da manhã, ouvimos a Profa. Dorinethe Santos Bentes expor seu trabalho sobre as representações de Manaus nos últimos anos do boom da borracha através das imagens. Em seguida, a Profa. Ana Paula Rabelo explanou um pouco sobre algumas obras arquitetônicas da cidade construída durante o boom da borracha, como o Teatro Amazonas e a Igreja Matriz, lembrando a importância artística e histórica dessas obras. Na parte da noite, tivemos uma mesa-redonda com a Profa. Francisca Deusa Costa e com a Profa. Elisângela Maciel Soares. Na condição de ex-coordenadora e coordenadora atual do curso, respectivamente, elas relembraram alguns momentos interessantes sobre o curso, como por exemplo a repercussão do 11 de setembro de 2001 nas turmas iniciais. Após a mesa-redonda, todo o corpo docente do curso foi presentado com um prêmio simbólico, uma ampulheta totalmente feita de vidro. O evento foi encerrado com a apresentação da cantora Jade Souza e da Banda Rouxinol.

Nosso "arraial" na sexta-feira.
Foto: Raoni Lopes.
Sexta-feira foi o dia de nossa festa junina que contou, além dos quitutes básicos, algumas provas, parte da gincana entre as turmas de História. A empolgação foi grande e tivemos boas gargalhadas. O terceiro período da manhã foi o ganhador da gincana. Não poderia faltar a tradicional quadrilha que apenas coroou a animação da noite.
Na minha opinião, o evento superou nossas expectavivas. Ainda que tenhamos enfrentado algumas dificuldades, próprias de eventos de tal porte, conseguimos superá-las e aprender com elas. Foi uma ótima oportunidade para conhecermos melhor nossos professores e seus objetos de estudo. Suas falas nos ajudaram muito no sentido de entender o trabalho da pesquisa e do ensino. Estimularam muito o interesse pelo curso. Além disso, foi uma grande oportunidade de unir as turmas do curso. E foi, com certeza, na sexta-feira que percebemos que tínhamos alcançado um pouco desse objetivo. Foi uma experiência e tanto e não posso deixar de agradecer á Profa. Elisângela e todos meus colegas da equipe Clio por vivenciá-la. Á todos muito obrigado e nos vemos na XX Semana de História, se Deus quiser!
Equipe Clio em momento de descontração.
Foto: Sandro Santos.
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Esse texto foi originalmente escrito em 25 de Junho de 2011, mas consegui a autorização das fotos apenas agora.

Um comentário:

  1. Vou cobrar direito de imagem...
    rsrsr

    realmente a semana de História foi ótima... as próximas serão dignas de Gloria

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