terça-feira, 23 de agosto de 2011

Um resumo provisório

Abaixo está um resumo sobre o artigo História dos Intelectuais na Década de Cinquenta de Leandro Konder. Um resumo muito breve. Prometo que farei outro mais coerente e crítico.


Leandro Konder em artigo para o livro Historiografia Brasileira em Perspectiva, organizado por Marcos Cézar Freitas, aborda como os intelectuais brasileiros da década de 1950 interpretavam a História e sua época.
Primeiro lembra o clima da época: o painel não era nada animador nos primeiros anos, mas no final da década tudo tinha mudado trazendo grandes expectativas. O medo de uma terceira guerra mundial tinha se dissipado com a "coexistência pacífica", acordo velado entre EUA e URSS. O conservador papa Pio XII tinha dado lugar ao papa João XXIII que criou medidas que influenciariam a Teologia da Libertação. O estranhamento com o biquini passou e agora ele era mania nacional. Tudo tinha mudado.
Os intelectuais enxergaram isso. Eles viram o Brasil e o mundo mudar. Cada um reagiu como forma sua origem social e sua posição ideológica. Os conservadores se assustavam com o rumo dos acontecimentos, já os marxistas se dividiam entre apreensão e o entusiasmo.
Uma corrente ideológica muito importante nascida nessa década foi o nacional-desenvolvimentismo. Konder credita á Hélio Jaguaribe seu surgimento. Jaguaribe pretendia entender porque o Brasil estava na fossa e propor então medidas para tirá-lo de lá. Por isso foi buscar na nossa História as razões de nosso subdesenvolvimento. Chegou á conclusão de que por nunca sofrermos nenhuma crise, nunca refletimos profundamente sobre nosso país e assim as mesmas medidas tomadas pela elite dirigente na colonização continuam sendo tomadas.
Os conservadores procuravam na História exemplos para guiar o povo no presente. Seja em grandes homens ou nos seus gloriosos atos. Quando não o faziam desmereciam o peso das mudanças históricas ou da crítica historiográfica, duas teclas em que os marxistas sempre batiam.
Konder dá mais destaque aos marxistas - afinal, ele é marxista e vivenciou esse período entre essa corrente de pensamento. Aqui ele fala de como o marxismo da época era dogmático e totalmente confuso, por causa de seu culto á figura de Stálin. Existiam, contudo, exceções como Caio Prado Júnior.
Por causa desse clima de "sociedade secreta", muitos intelectuais decidiram não se filiar ao partido. Outros queriam apenas conhecer melhor a teoria de Marx para depois se decidirem se o seguiriam ou não. É o que costumava acontecer nos grupos de estudo das universidades (Florestan Fernandes e Arthur Gianotti fizeram isso).
A morte de Stálin e as denúncias das atrocidades por ele cometidas (feitas por seu sucessor, Nikita Kruschev) pediram uma reformulação do marxismo que vinha sendo feito até então. Após reconhecerem o erro que cometeram, os "marxistas-leninistas" (como chama Konder) decidiram se aprofundar mais na teoria do filósofo alemão e na realidade brasileira.
Resumindo: os intelectuais na década de 1950 tinham inquietações suscitadas pelas mudanças que vinham observando. Essas inquietações os levaram a pesquisar nosso passado e o presente. As discussões e pesquisas se consolidariam e se radicalizariam na década seguinte. A década de 50 preparao terreno para o campo intelectual ousado e conflitivo da década de 60.

Nenhum comentário:

Postar um comentário