sábado, 16 de julho de 2011

Língua

Certa Madrugada
Xavier Placer

ruídos fortes me acordaram. Bruxas? Quadros
caindo? Jarras rompendo?
— Vai ver, Baltasar.
Sono, frio e dois dedos de medo me tolhiam entre
lençóis. Fui; eram os cacos, as cavilhas da bela
língua portuguesa —
alhures — quejando — adrede — assás —
quão — quiçá — comezinho — somenos —
debalde — entrementes — cerce — tampouco
— outrossim — amiúde

espatifados por todo o carpete verde da biblioteca.

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