domingo, 22 de maio de 2011

Ler é preciso!...

Quadro de Johanna Harmon.
Conheço muita gente que se arrepende de ter entrado na faculdade por causa da carga de leitura. Também conheço muita gente que não sabe como interpretar textos.
A leitura faz parte da educação, uma vez que a nossa cultura (ocidental) é baseada na escrita. Mesmo quem se dedica á matemática tem que se prender á leitura dos enunciados e sabemos que uma frase mal interpretada cria um verdadeiro problema, seja nas Ciências Exatas ou nas Ciências Humanas.
O Brasil é um dos países onde mais existem analfabeto funcionais, ou seja, aqueles que sabem ler e escrever parcialmente, ou "o básico" como eles mesmo dizem. Se o próprio ato de ler já é fraco, imagine então o ato de interpretar textos.
Interpretar e analisar são atos que exigem autonomia e responsabilidade. São atos que devem ser estimulados justamente para criar um sujeito crítico. Se a função da educação é, como discutimos aqui antes, formar indivíduos independentes e críticos, então a leitura tem um papel fundamental não só na universidade como em toda escola.
O que está acontecendo hoje é a consolidação do analfabeto funcional, aquele que só sabe assinar o nome e não sabe distinguir em um texto uma frase irônica de uma incisiva. Ler incentiva a escrita; o contato com os mais variados tipos de texto ajuda a entendermos os mais variados estilos e formas discursivas. Esses estilos e formas discursivas são importantes por quê, você me perguntaria. Ora, a escrita é uma forma de se expressar. Todos nós precisamos construir nossa forma de expressão, seja através das imagens, dos sons, etc. A escrita é uma das mais utilizadas e mais importantes. A escrita exige um ordenamento de idéias e um esclarecimento que ajuda e muito as pessoas a se expressarem melhor. Um sujeito que não sabe se expressar é um sujeito silenciado, que vive ás custas da voz dos outros, ele nunca será independente.
Todo texto carrega uma mensagem. Nem sempre ela está clara. Você como leitor tem de decifrá-la e para isso deve estar ciente dos muitos recursos que um autor pode utilizar. Entender o contexto em que esse autor escreveu pode te ajudar também a encontrar sua real mensagem. Ler, como podem ver, é um exercício de investigação.
Mas só ler não basta. Educação não é só leitura ou escrita, mas um pouco de tudo. A escrita é apenas uma ferramenta para nos entendermos, mas pode ser também um instrumento educacional se usada como maneira de estimular a expressividade e criatividade dos alunos. Mas ela deve vir sempre acompanhada de outros instrumentos que favorecam o despertar da autonomia desse aluno. Não podemos nos esquecer e menosprezar as demais formas de expressão.
Um aluno que consegue captar as mensagens de textos e imagens e que sabe se expressar bem é um exemplo sim, mas devemos ter em mente que estas características devem ser constantemente valorizadas e preservadas. Deve-se criar essa hábito, como muitos dizem. Um aluno que sabe interpretar textos não é um aluno 100% autonômo, mas já é alguma coisa. A semente foi plantada. Depende dele se a leitura e a escrita será cultivada.

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