Recentemente pude assistir ao filme do diretor português Leonel Vieira, A Selva (2001).
O filme se baseia no livro de mesmo nome escrito pelo também português Ferreira de Castro. Diferente do protagonista, Ferreira de Castro veio ainda criança para a Amazônia. A vida se mescla com a ficção sobre os seringais: Castro foi sim seringueiro e também conseguiu fugir da selva graças á sua educação, ascendendo á cargos de renome em Manaus.
A história basicamente trata de um exilado português de nome Alberto (Diego Morgado) que é "vendido" pelo seu tio á um capataz (Karra Elejade) de um rico seringalista (Cláudio Marzo) e levado ao seu novo trabalho: colher o látex que escorre nos troncos dessas árvores no Seringal Paraíso. Lá ele conhece a dura vida do seringueiro através da experiência na coleta da borracha e no convívio com Firmino (Chico Díaz), seu novo parceiro de trabalho.
Os perigos são imensos: doenças tropicais, onças, sucuris, a fúria dos capatazes e os índios. Além disso, os seringueiros tudo devem ao coronel de barranco, Juca Tristão, uma vez que compram em sua loja o essencial para sobreviver e com isso só aumentando a sua dívida e seus anos de trabalho no seringal.
Alberto, por saber escrever e contabilizar, é empregado como ajudante do contador do seringalista (Gracindo Júnior). No entanto, ele se apaixona pela mulher de seu patrão, dona Yáyá (Maitê Proença). E daí em diante não conto mais nada para não estragar a surpresa.
O fato é que o filme coloca Alberto como protagonista, enquanto no livro vários são os personagens principais, ou melhor, apenas a selva é a personagem principal, pois é ela que atua e testemunha todas essas histórias paralelas.
O filme é recente, bem produzido, e pode ser um material extremamente útil para se entender o boom da borracha na Amazônia e a vida nos seringais. Aliás, falarei exatamente nessa linha no próximo post.
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