Mulher na Janela, Salvador Dali.
Ainda comentando uma série de artigos de Jacques LeGoff, hoje chegamos no tópico "História e Memória".Qual era a imagem que se tinha da memória? Bem, a memória era vista sempre como algo muito subjetivo, afinal as pessoas lembram e se esquecem dos fatos conforme os mais variados motivos, a maioria deles afetivos. A história, por outro lado, desde que se arrogou o título de científica, buscava relatar tudo o que havia acontecido até os dias de hoje com imparcialidade.
Ora, sabemos que a imparcialidade é um mito e, além disso, relatar todos os fatos da humanidade é um delírio absurdo, algo impossível de ser feito e mesmo tentando fazê-lo os historiadores correm o risco de esvaziar o conhecimento histórico e transformá-lo em uma coleção de nomes e datas (como aconteceu no século XIX).
História e memória são muito próximos: afinal, se a memória é a seleção de fatos por indivíduos ou coletividades, o que dizer da História? O historiador seleciona sobre os fatos que analisará e pesa nessa escolha, claro, sua subjetividade. História e memória são duas formas de conhecimento, portanto, sendo que a memória também pode colaborar e muito com o conhecimento histórico, como fonte (a história oral, por exemplo, tem ajudado e muito nesse intercâmbio entre história e memória).
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