Para começarmos bem a semana, deixo aqui alguns pensamentos de Stanislaw Ponte Preta, o pseudônimo de nosso querido Sérgio Porto (1923-1967):
No Brasil as coisas acontecem, mas depois, com um simples desmentido, deixaram de acontecer.
Nos trens suburbanos não livram a cara nem de padre, que dirá mulher de minissaia.
O mais perigoso é que já estão confundindo justa causa com calça justa.
O Reino Unido não é tão unido assim como eles dizem, não.
Consciência é como vesícula, a gente só se preocupa com ela quando dói.
Difícil dizer o que incomoda mais, se a inteligência ostensiva ou a burrice extravasante.
Quem não tem quiabo não oferece caruru.
Mania de grandeza é a desses suplementos literários que têm um aviso dizendo que é proibido vender separadamente.
Pode-se dizer a maior besteira, mas se for dita em latim muitos concordarão.
Homem que desmunheca e mulher que pisa duro não enganam nem no escuro.
Esperanto é a língua universal que não se fala em lugar nenhum.
Nem todo rico tem carro, nem todo ronco é pigarro, nem toda tosse é catarro, nem toda mulher eu agarro.
Nem todo gordo é bom, muitos se fingem de bonzinhos porque sabem que correm menos.
O importante é não deixar nunca que o menino morra completamente dentro da gente. Caso contrário, ficamos velhos mais depressa. Dizem que é por isso que os chineses, de incontestável sabedoria, conservam o hábito de soltar papagaio (ou pipa, se preferirem) mesmo depois de adultos. Não sei se é verdade, nunca fui chinês.
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