Estátua de Tenreiro Aranha, Praça da Saudade, Manaus.
Jacques LeGoff, em sua série de artigos sobre a história e a História Nova, discorre sobre a relação documento/monumento.O que temos por monumento é todo aquele objeto construído por determinada autoridade para que seja lembrado para a psoterioridade. O monumento geralmente exalta alguém ou algum ato.
Contra á noção de monumento, criou-se a noção de documento como aquele objeto que contém a verdade, que não tem a preocupação em exaltar algo. Não preciso dizer que essa noção de documento nos foi legada pelos historiadores positivistas que consideravam as fontes principalmente escritas e oficiais como objeto privilegiado da pesquisa histórica. Nestes documentos estava o fato tal qual aconteceu.
LeGoff lembra que com os Annales essa visão positivista começou a cair e alargamos nosso rol de fontes para além da fonte escrita e oficial. Isso só foi possível com uma análise mais crítica e menos dogmática da pesquisa histórica.
O documento não diz toda a verdade, até porque quem o escreveu não estava totalmente neutro. Muitas vezes o documento é produzido, como o monumento, com o objetivo de exaltar alguém, principalmente as fontes oficiais em que tanto os positivistas se deteram.
Assim sendo, o monumento também pode ser uma fonte. Só que temos a fazer é medir bem o seu grau de parcialidade, como devemos fazer com qualquer fonte. Toda fonte tem sua subjetividade, afinal ela é produzida, em sua maioria, por seres humanos e ser mais subjetivo que nós impossível.
Concluindo, documento e monumento não estão assim tão distantes. São fontes históricas e devem ser tratadas como tal: com uma análise crítica e uma boa interpretação.
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