Ainda falando sobre os diversos tipos de conhecimento, hoje quero falar deste que é um dos mais incompreendidos deles: o senso comum.
O senso comum é um arcabouço dos conhecimentos construídos no cotidiano do povo. Nem por isso ele é impermeável aos valores e conceitos de outros grupos sociais. Por exemplo, a valorização do diploma e a idéia de objetividade (que leva á credulidade exagerada) da ciência. No entanto, o senso comum é cheio de paradoxos, em boa parte porque abarca diversas culturas, com elas diversas profissões e diversos indivíduos, com valores e conceitos por vezes contraditórios. É exatamente essa diversidade que o deixa conservador e radical, preconceituoso e racional, experimental e não-verificável, simultaneamente.
Maria Lúcia Arruda Aranha e Maria Helena Pires Martins fazem uma distinção entre o senso comum e o bom senso, definindo como bom senso o uso da razão no dia-a-dia. Para elas, enquanto o senso comum é cheio de juízos de valores, o bom senso é mais crítico. O bom senso seria uma espécie de irmão da Razão dos iluministas que ainda não tomou cálico o bastante para se desenvolver.
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