sábado, 26 de junho de 2010

Apontamentos para a história do cinema em Taubaté:

-Os cinemas mais famosos de Taubaté eram o Cine Politeama e o Cine Odeon, sendo aquele mais velho que este. O Cine Politeama exibia sua programação em uma coluna diária no jornal Correio do Vale do Paraíba, através do colunista Écran (nome dado á projeção).

-O fundo musical dos filmes eram feitos por bandas locais, como a Banda Philarmônica ou a Banda João do Carmo (ambas conhecidas respectivamente, como a Banda dos Ursos e a Banda dos Paraguaios). Foi trabalhando como maestro das bandas nas sessões de cinema que se destacou o maestro Segesfredo Camargo(1888-1971), conhecido com Fego Camargo, futura sensação musical em São Paulo capital e futuro pai de Hebe Camargo.

-Oswaldo Barbosa Guisard (1903-1982) nos diz que o auge do teatro em Taubaté, principalmente do Teatro São João, se deu entre os anos de 1907 e 1908. O declínio está associado ao sucesso do cinema. Sucesso esse que passou toda a década de 1910 e só foi ter seu declínio, segundo os jornais, a partir da década de 1980. Mas entre 1910 e 1930 ele teve seu apogeu. "O cinema e o futebol grangeavam a preferência dos taubateanos, da coletividade, sem distinção". (Guisard, 1977,p. 167).

-Ainda Barbosa Guisard nos diz que a primeira projeção feita na cidade foi O Biógrafo, do sr. José Barrucci, que tinha filmado imagens da cidade. Emílio Amadei Beringhs nos fala que antes de chegar o cinema em Taubaté, trouxeram para cá o Pickpocket. O Pickepocket era um diabinho que fazia um monte de mágicas, escapava da polícia, atravessava muros e etc. A história acontecia quando se rodava uma fita com o desenho bem rápido.

-No final dos anos 40, Raul Guisard e Alberto Guisard, filhos da tradicional família do industrial Félix Guisard, decidem montar seu próprio cinema: o cine Urupês. Outra tradicional família envolvida na indústria têxtil, os Audrá, também investiram no cinema: no começo da década de 1950, Mário Audrá Júnior, conhecido como Marinho, funda uma companhia cinematográfica, a Cinematographica Maristela. A firma tentaria competir com as famosas e bem sucedidas Vera Cruz e Atlãntida, mas acabou perdendo espaço tanto para suas chanchadas como para o Cinema Novo. Seu maior sucesso foi O Comprador de Fazendas (1951), com Procópio Ferreira (1898-1979), inspirado em conto de Monteiro Lobato. Nos anos 60, a firma então é fechada e Mário só fica com sua empresa de dublagem, a AIC Cia, beneficiada com uma lei de Jãnio Quadros que obrigava a dublagem de todos os desenhos e séries que seriam transmitidos na tv de agora em diante.

Nenhum comentário:

Postar um comentário