quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

O homem que descobriu o homem

Eu vi em algum lugar certa vez o seguinte: Copérnico descobriu que o homem não é o centro do universo e Freud que ele não é dono de si próprio. Ou seja, as duas ações seriam complementares, a consequencia de ambas seria o desencanto do mundo, uma maior compreensão da vida.
Sigmund Freud foi realmente um homem de fundamental importância nesse processo, pois, por meio de sua teoria ajudou-nos a compreender nós mesmos. Freud, por meio de suas pesquisas psicológicas, percebeu que a mente humana era cheia de labirintos e muitos deles, mesmo sendo labirintos, exerciam uma certa função. O pai da psicanálise dividiu a mente humana em id, o conjunto de atitudes impulsivas e institivas, o ego, a nossa imagem perante á sociedade, e o superego, o aparato disciplinador que recebemos da sociedade que tenta frear o id.
Freud também analisou muita a nossa civilização, pois, segundo ele, ela promovia alguns desejos reprimidos que ganhavam vida nos sonhos, onde existia uma maior liberdade para o id (dai ele usar a técnica de interpretação de sonhos). Isso porque a civilização exigia em troca da segurança abocanhar um bocado da liberdade individual, por isso a disciplina era tão importante e onipresente. O filósofo polonês Zygmunt Bauman, também grande fã de Freud, diz que o quadro hoje se inverteu: a civilização trocou a segurança pela liberdade e a consequência disso é a falta de segurança e de certeza já que tudo é permitido.
No seu tempo ele não teve muito reconhecimento, até porque a psicanálise era vista como uma nova ciência exótica, como tantas outras que estavam surgindo no período (a virada do século XIX para o XX). Porém, depois das Grandes Guerras, Freud ganhou o mundo e seu pensamento foi dando origem á mais linhas de pensamento semelhantes como a de seu aluno Carl Gustav Jung.
Como eu tinha mencionado no começo, Freud foi, sem dúvida, uma grande contribuição á modernidade, pois ele desmitificou muito do que era corrente sobre o cérebro e suas quimeras. As atitudes humanas deixaram de ser definitivamente regradas pelo "humor", pelas "musas" ou por uma divindade ou simplesmente por algo inexplicável. De certa forma, e freud reconhecia isso, muito da mente humana ainda é desconhecida, mas pelo menos 20% dela já conhecemos. Agora a mente passava a ser inteligível.

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