Um dos cartões postais de Taubaté é, sem dúvida, o Santuário de Santa Terezinha.
O templo foi feito em estilo gótico e seu altar possui peças vindas da Espanha, muitas da escola barroca. A enorme e roxa igreja parece destoar do resto da Praça da qual faz parte, Praça aliás que possui uma história própria muito original (talvez falemos disso mais tarde).
O Santuário foi o primeiro no Brasil a se dedicar ao culto de Santa Terezinha do Menino Jesus. A santa francesa era a santa preferida do primeiro bispo da cidade, D. Epaminondas Nunes Ávila, no entanto seu processo de beatificação foi bastante demorado, o que não impediu que o bispo iniciasse as construções de seu santuário.
Santa Terezinha era uma religiosa da cidade francesa de Lisieux que produziu bastantes escritos místicos e didáticos. Esses últimos eram direcionados aos jovens, segmento que estava no momento, se afastando muito da Igreja. A escolha da santa para a construção de um novo santuário tinha o interesse pastoral de aproximar-se dos jovens locais.
A construção do Santuário começou em 1924, mas por causa da escassez de recursos, só foi ser concluida em 1940. A diocese dependia dos donativos dos fiéis para continuar a construção. Os donativos vinham de todo o Brasil e tinham o consentimento de Roma. Um dos donativos mais famosos foi o altar barroco, doado pelo núncio apostólico.
A construção do Santuário andava lado a lado com a construção de uma devoção. A santa era muito nova, a canonização ainda não tinha sido nem efetuada, por isso a diocese empreendeu uma campanha para popularização da santa. Essa campanha, além dos sermões e festas religiosas, tinha como instrumento principal a imprensa. Em 1925, o jornal da diocese O Lábaro se transforma em O Santuário de Santa Terezinha. Até a segunda metade dos anos 30, quando voltou a ser O Lábaro, o jornal capitaneou campanha para arrecadar donativos para a construção do templo, dava constantemente notícias sobre a situação das obras e produzia artigos sobre a santa e a juventude. Nessa mobilização se sobressaiu o padre Cícero de Alvarenga (desenho), tornando-se um grande nome da imprensa local. A história de padre Cícero se confunde com a história do Santuário. Em 1924 foi nomeado vigário do futuro Santuário e permaneceu no cargo até 1988 quando veio a falecer, nesse período ajudou a divulgar a devoção por meio dos seus artigos no jornal da diocese e demais jornais locais, criou campanhas e festas para arrecadar benesses, além de celebrar todos os casamentos, batizados e crimas das redondezas.
Seja como for, a devoção á santa conseguiu atingir o povo taubateano de tal modo que hoje, quase 80 anos depois de sua construção, o Santuário se tornou mais que um cartão postal. Tornou-se parte marcante da anatomia religiosa local.
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