Ontem, sexta, tivemos o privilégio de assistir uma palestra do professor Sílvio Luiz Costa sobre seu livro Taubaté: o local e o global na construção do desenvolvimento
Tanto o livro como a palestra foram ricos de questionamentos, reflexões e aprendizado. Estou certo de que essa experiência despertou em muitos colegas de sala o interesse pela pesquisa em história regional.
Em linhas mestras, o prof. Sílvio analisou a instalação de indústrias na cidade através de uma análise crítica do desenvolvimento. Que análise seria essa? Baseado em autores como Boaventura Santos, Giovanni Arrighi e Amartyas Zen, o autor questionou essa visão de que a industrialização gera desenvolvimento, de que desenvolvimento representa crescimento econômico e não melhoramento das condições de vida da população.
Essa imagem questionada pelo prof. Sílvio faz parte de uma imaginário, estando presente tanto na política como no resto da população. Daí decorre de que todos clamem a industrialização como motor do desenvolvimento e o "bom emprego". É essa mentalidade que faz as prefeituras, como as de São José dos Campos e Taubaté, entrarem na conhecida guerra fiscal (concessão de benefícios fiscais para a instalação de indústrias em seu território).
Por meio de dados empíricos, o autor mostra que a geração de empregos prometida pelas empresas e pelo discurso político não aconteceu. Acentuou-se as desigualdades locais; bairros operários foram criados e continuaram sem investimento tanto da prefeitura como das empresas na sua infra-estrutura.
O estudo do prof. Sílvio Costa não é apenas um trabalho sobre a história regional, ele serve como uma espécie de análise da realidade de muitos governos municipais pelo Brasil e uma constatação de que políticas imediatistas e que se concentrem em um só setor sempre saem pela culatra.
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