Nesse ano a rebelião liderada pelo marinheiro João Cândido contra os abusos cometidos pelas autoridades da marinha contra os marinheiros negros, conhecida como a Revolta da Chibata, fará 100 anos.
Em 2008 a Marinha finalmente liberou os arquivos sobre João Cândido, e em março desse ano o presidente Lula finalmente concedeu a anistia ao homem. Isso mesmo: anistia. Vale a pena lembrar que João passou o resto da sua vida como vendedor de peixe na Praça Quinze no Rio, como um desconhecido...
Enquanto preparo um post mais decente para vocês, deixo-os por enquanto com a clássica música de João Bosco e Aldir Blanc, O Mestre Sala dos Mares. Uma curiosidade: eles tiveram que mudar de "almirante" para "navegante" por causa da censura da ditadura militar.
O MESTRE SALA DOS MARES
Aldir Blanc e João Bosco
Há muito tempo nas águas da Guanabara
O dragão do mar reapareceu
Na figura de um bravo feiticeiro
A quem a história não esqueceu
Conhecido como o navegante negro tinha a dignidade de um mestre-sala
E ao acenar pelo mar na alegria das regatas
Foi saudado no porto pelas mocinhas francesas, jovens polacas e por batalhões de mulatas
Rubras cascatas
Jorravam das costas dos santos entre cantos e chibatas
Inundando o coração do pessoal do porão que a exemplo do feiticeiro gritava então:
Glória aos piratas
As mulatas
As sereias
Glória a farofa
A cachaça
As baleias
Glória a todas as lutas inglórias que atravéz da nossa história não esquecemos jamais
Salve o navegante negro que tem por monumento as pedras pisadas do cais
Mas salve
Salve o navegante negro que tem por monumento as pedras pisadas do cais
Mas faz muito tempo
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