quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Entender o hoje

Muitos pesquisadores e professores, ao refletir sobre o ensino de História, destacam a função do professor de História em conscientizar seus alunos sobre o conhecimento histórico e o mundo em que vivem.
Num mundo onde somos inundados por informações a todo momento, não há nada que dê sentido á essa avalanche de dados. Hoje sabemos que as ditaduras árabes estão caindo, mas não sabemos o que isso significa. A História conecta estes acontecimentos com processos maiores e mais antigos. A pilha de informações ganha sentido. E passamos a ver que o imperialismo europeu no Oriente Médio, no começo do século XX, tem algo a ver com esse movimento de contestação ás velhas ditaduras criadas na região para impedir o avanço do fundamentalismo ou para assegurar o petróleo ás potências estrangeiras.
Por outro lado, aquilo que o aluno pensa ter sempre existido também é relativizado com a História. Muitos acreditam, por exemplo, que a escola tenha sempre existido. Qual o nosso espanto quando descobrimos que a escola como hoje a conhecemos é uma instituição recente, criada na Idade Moderna no contexto de formação dos Estados nacionais e dos conflitos religiosos entre católicos e protestantes.
Seja como for, o professor de Hístória deve dialogar com o universo do aluno. Deve fazê-lo entender o que significam os processos que ele vê na TV ou na sua própria cidade. Por isso, o professor de História deve se manter atualizado, para captar as carências do presente, como fala Jörn Rusen. Ele tem de construir suas aulas a partir desse interesse em entender o presente, uma interesse que o levará a entender o passado, já que, como sabemos, ambos estão mais do que inter-relacionados.

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