sábado, 8 de outubro de 2011

Um pistoleiro ás ordens do capitalismo

Smedley Butler (1881-1942)
Quando se fala em imperialismo, o texto do major-general Smedley Butler é um dos documentos mais emblemáticos. As declarações que o militar norte-americano fez em um livro (War is a Racket) que publicou em 1935 se tornaram conhecidas por sua ironia sobre o serviço dos mariners (fuzileiros navais norte-americanos):

Dediquei trinta e três anos e quatro meses ao serviço ativo de nossa força militar mais ágil: a Infantaria de Marinha. Ascendi do posto de segundo-tenente até o posto de major-general. Durante todo este período dediquei a maior parte do meu tempo a servir aos interesses dos Grandes negócios, a Wall Street e aos banqueiros. Em resumo, fui um pistoleiro às ordens do capitalismo...

Contribuí para converter o México e especialmente Tampico em lugar seguro para os interesses petrolíferos dos norte-americanos em 1914. Ajudei o Haiti e Cuba a se tornarem um lugar seguro para os rapazes do National City Bank efetuarem suas cobranças... Ajudei também a Nicarágua a cumprir seus compromissos com a casa bancária internacional de Brown Brothers em 1919-1922. Em 1916, facilitei os interesses açucareiros norte-americanos na República Dominicana. Contribuí para que Honduras seguisse uma política 'apropriada' para as companhias bananeiras norte-americanas em 1903. Em 1927, servi na China para que a Standard Oil seguisse seu caminho sem ser perturbada.

Durante todos esses anos desfrutei, como disseram os 'rapazes' de magníficas prebendas. Fui premiado com honrarias, medalhas e promoções. Olhando para trás, penso que até poderia ter dado alguns conselhos para Al Capone. Ele, no máximo, pôde operar seus negócios sujos em três distritos da cidade de Chicago, nós marines operávamos em três continentes.

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